segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 11

Ringo voltou a si quando o empurraram. Um guri que alegava ser estudante de medicina entrou no Box para ver se Penélope ainda tinha chance de vida. “Chamem uma ambulância”, ordenava. Em vão. O jovem constatou que ela estava morta. Quando chegaram, os médicos confirmaram. Sabendo do desfecho e considerando a hora da madrugada, as pessoas começaram a ir para suas casas.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 10

Emendando fio daqui, cortando fio dali, Ringo conseguiu fazer com que o chuveiro jorrasse água quente. Penélope perguntou quanto lhe devia pelo serviço. Ele não queria saber de dinheiro, esperava outra recompensa. “Ah, não precisa se preocupar com isso”. A vizinha insistiu, sem sucesso. “Então, volte quando quiser, para a manutenção”, convidou, desenrolando-se da toalha. Vendo todas as curvas e carnes de Penélope à mostra, Ringo avançou devagar em direção a ela. “Não. Volte depois do fim de semana”, ordenou ela com a máxima sensualidade. Eufórico e excitado, ele consentiu e saiu.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O apartarmento do lado - versículo 9

Com os olhos fixos em Penélope, mas sem vê-la, Ringo lembrava. Na tarde anterior a vizinha, enrolada numa toalha, bateu na sua porta perguntando de ele não sabia consertar chuveiro. Conhecendo muito bem a cantada e a reputação de Penélope, não vacilou e aceitou. Chegando lá, constatou que o chuveiro estava mesmo estragado. Não entendia absolutamente nada de eletricidade, mas meteu-se a consertar a ducha.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Vídeo da Revolução Francesa

O princípio da Idade Contemporânea

Muito legal o resumo que essa gurizada fez da Revolução Francesa. A exceção fica por conta de uma foto do Luis 14 enquanto falavam do Luis 16. Mas de resto, bom, com o formato e a linguagem muito original.

O apartamento do lado - versículo 8

Enquanto os vizinhos iam se aglomerando no banheiro, Ringo permaneceu empedernido a porta do Box. Os braços pretos de Penélope revelavam a descarga elétrica que sofrera. Sabendo as causas do ocorrido, Ringo encheu-se de remorso. Corriam os comentários. “Oohhh, está morta”, espantava-se um, “era o fim que merecia”, taxava outra, e outro ainda “olha ali, peladinha, não é um espetáculo?”.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 7

O local parecia vazio. Ringo olhou em volta. Tudo estava igual ao dia anterior, quando entrou pela primeira vez naquele apartamento. Outros já iam preenchendo o vazio da sala. Na porta do banheiro, Ringo sentiu “um frio correr pela espinha”. Ainda saía fumaça do que restara do chuveiro. Deu mais uns passos e abriu a porta do box. Viu Penélope em pêlo atirada no chão.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 6

“Tá saindo uma fumaça da janela da vizinha”, explicou a mulher, ainda trêmula. Um dos “caras” entrou no apartamento dessa senhora e foi verificar. Viu somente um vaporzinho que já ia parando. Falou para entrarem logo e a porta foi arrombada. O primeiro que ia se metendo para dentro da casa ouviu a esposa “Lorival, chispa para cá”, tentou redarguir “mas, mãe...” e ela continuou “tu não vai entrar no apartamento da vergonha”. Lorival, que ia curioso, obedeceu. Ringo saltou para dentro.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 5

Bateram na porta, tentaram a campainha e de nenhuma forma obtiveram resposta. Ringo sugeriu arrombar a porta. Um outro concordou, mas logo uma senhora advertiu “pode ter alguém armado aí dentro”. Era pouco provável, o estouro não parecia ser de revólver. Quando um já tomava distância para meter o pé na porta, uma vizinha surgiu no corredor aos berros “tá pegando fogo, tá pegando fogo”.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

No centro de Porto Alegre...

A petulância de um mendigo

Eu estava esperando o ônibus, na parada do Santana, ali no Marcado Público. Durante aqueles poucos minutos de aguardo pela condução, que pareciam infindáveis, a ansiedade tomou conta de mim. Consultava o meu relógio, olhava para o painel que mostravam as horas e a temperatura naquele terminal, contava as lajotas do piso e nenhuma distração fazia o tempo passar. Não lembro qual, mas comecei a bater o pé ou balançar a perna em decorrência da angústia pela espera do veículo. Minha aflição teve fim quando vi surgir, lá na Júlio, o letreiro luminoso escrito Santana. Já passava a mão pelos bolsos para sacar o cartão TRI, quando vi um homem interpelando o passageiro à minha frente. Pedia dinheiro para comprar comida. Não recebendo ajuda da mulher, o mendigo veio em mim.– O senhor poderia me ajudar com um dinheiro para comprar comida? O senhor mesmo pode ir ali e pagar para mim. Não é para alimentar vícios, moço, é para matar a fome.
Para quem não sabe, uns três metros adiante da parada do Santana tem uma carrocinha de cachorro quente. Foi para ela que o pedinte apontou quando disse “pode ir ali e pagar para mim”. Enquanto o faminto esfarrapado tentava me convencer de pagar o lanche para ele, a fila andou e eu já estava na porta do ônibus.
– Então? – perguntou ele – é um e cinqüenta.

Eu recém tinha saído do La Persona, um magnífico restaurante ali da esquina da Andradas com a Ladeira. Estava com a barriga cheia. E não é figura de linguagem. Era cheia mesmo. Não almoço nesse estabelecimento todos os dias porque, em um mês, correria o risco de não passar mais pela roleta do ônibus. Toda vez que vou nesse restaurante, lá na ponta do bifê, aquele que penso que é o dono do local, já me espera com uma fatia generosa de matambre recheado. Muitas vezes, confesso que tenho vergonha dos olhares das pessoas diante do meu “prato de estivador”.

Essa minha satisfação por ter cometido o pecado da gula, me fez pensar “puxa, comi tão bem, estou farto e satisfeito com meu almoço e esse cara que não se sabe há quantos dias não come”. “Que falta vai me fazer um e cinqüenta”, ainda pensei. Assim saí da fila e fui pagar a comida do pobre infeliz.
– Pode preparar um com lingüiça, que ele vai pagar – anunciou o mendigo para o “preparador de hot dogs” – é dois e cinqüenta – informou-me o pobre, esfregando as mãos e mostrando os escassos dentes que lhe restavam na boca.
– Eeeeii, peraí. Tu disseste que era um e cinqüenta...
– Ah não, eu quero esse.
– Então, NÃO.
– Aaahhh mas, como assim? Tu disse que ia me dar, cara.

Já estava decidido. Não pagaria mais o lanche para o vagabundo. Não pelo preço, afinal, também não me custava um pila a mais. O problema foi a audácia com a qual ele conduziu a situação. Ah, queria o pão com linguiça... aposto que ele não sabe nem que a linguiça, coitada, perdeu a trema. Pois, depois de eu muito negar, ele ainda recuou, aceitando o cachorro simples, com salsicha, mas eu tinha decidido que não pagaria. E não paguei. Ele se foi, resmungando. O dono da carrocinha ainda comentou comigo sobre o atrevimento do miserável antes que eu voltasse para a parada. Esse tem que morrer de fome, pensei. E pior que já vi muitas pessoas utilizando a palavra humilde como sinônimo de pobre.

Enfim, quando girei os calcanhares em direção ao ônibus, vi somente o espaço vazio. E, em seguida, uma longa fila que tinha se formado. Naturalmente, era para minha ansiedade pela espera da condução voltar. Voltar e crescer. Até porque o atraso, então, era bem maior. Mas, não. Não fiquei nenhum pouco ansioso. Estava indignado. Reclamava sem parar, em pensamento. A aflição pela vagareza do relógio deu lugar a cólera pela petulância do mendigo. Nem notei o tempo passar. Quando vi o ônibus estava encostando na parada. E, dessa vez, sem que um miserável viesse atrapalhar meu embarque.

O apartamento do lado - versículo 4

Ainda com o latão vazio na mão, Ringo ouviu um estouro seguido de um grito. Não sabia o que era o barulho. O brado era de Penélope. Quando abriu a porta, notou já alguns vizinhos curiosos pelo corredor. Três caras perguntavam um para o outro de onde viera o barulho. Ringo juntou-se ao grupo e disse que o problema foi no apartamento de Penélope. “Aquela gostosa...”, disse um. “Só pode ter explodido o vibrador”, emendou outro. Uma mulher, que chegou no bolinho, já alfinetou “e ela precisa disso com a quantidade de homem que trás para cá?”.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 3

Hoje Penélope viera de um bar. Ringo sabia que quando a vizinha vinha mais cedo para casa, trazia um “cara”. Ou uma guria. Ou os dois. Podia ouvir os ruídos da luxuria. Ao contrário dos outros vizinhos que se escandalizavam, Ringo sentia inveja. Queria bater na porta de Penélope e convidar-se para as festinhas. Lembrou dum convite que ela o fez, que o deixou ansioso e entusiasmado. Sorveu a última gota da lata de cerveja. Enquanto isso, no apartamento ao lado, Penélope ia se livrando do sutiã e da calcinha.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 2

No apartamento vizinho, morava Penélope. Assim como a homônima da corrida maluca, era comum que a chamassem de Charmosa. Ringo ouviu a porta bater. Ela chegara há pouco de uma festa... ou da faculdade. Talvez de um motel. O vizinho nunca sabia por onde aquela gata andava. Hoje ela chegou cedo. Sempre acordava os vizinhos com a batida da porta, o que gerou uma pauta pétrea na reunião de condomínio.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

O apartamento do lado - versículo 1

Os ponteiros marcavam uma da madrugada. Depois de tanto se revirar na cama, como um corte de costela na churrasqueira, Ringo levantou. Abriu a geladeira e olhou. Não tinha água, não tinha suco, não tinha leite. Um solitário latão de Polar, esquecido na porta do Frigidaire, não deixou que suas entranhas secassem de sede. Tsssscrekkk. Abriu a cerveja e bebeu direto da lata.

O retorno

Foi um extenso período sem escrever nada para este espaço. Os exaustivos trabalhos da universidade, que me consumiam e ainda me roubam um tempo considerável, são a causa de não mais me deter a digitar algumas linhas aqui. As postagem que eram diárias, passaram a ser semanais e, mais tarde, quinzenais. Por pouco não deixo que cheguem a ser mensais. Mas temia muito que viessem a ser anuais.

Esse motivo me fez deixar de escrever sobre a realidade para me aventurar na literatura. Não que a falta de atualização deste blogue causasse alguma manifesto por parte da grande massa de leitores, pois esses se contentam em reler exaustivamente os mesmos textos aqui colocados. Mas me apiedei dos leitores ao perceber como são modestos, uma vez que nem ao menos deixam comentários. Parafraseando algum trecho da Bíblia, lembro que "praticai a caridade sem que os outros saibam, porque o Pai está vendo e basta que Ele saiba". Assim são meus leitores. Leêm tudo que escrevo, mas preferem o anonimato e não comentam.

Voltando, falava que agora me aventura na literatuta. Absurdo. O conteúdo que escrevo é absurdo. Advirto: não pensei que vão encontrar um Machado de Assis aqui. Nem sei se isso é classificado como literatura. Nem as idéias nem as letras são numerosas. A proposta é diferente de um folhetim convencional. Escrevo à lá Twitter. Cada capítulo com apenas um parágrafo. Vamos ver onde a história chega.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Parlamento Gaúcho

Criação da Assembleia Legislativa do RS

Até 1934 não existia, no Brasil, parlamento nas províncias. As Assembleias Legislativas, entre as quais a do Rio Grande do Sul, foram criadas em 12 de agosto desse ano, pelo governo Imperial. A lei que determinou a criação desses órgãos foi um Ato Adicional, que fez alterações à Constituição do Império, de 1824. Até então, existiam apenas os Conselhos Gerais da Províncias, que não detinham poderes legislativos. O órgão gaúcho foi implantado em 1828.

Em 20 de abril de 1835 foi realizada a primeira reunião da Assembleia Legislativa da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul. Nessa sessão foi eleita a mesa de 28 integrantes, sendo escolhido Marciano Pereira Ribeiro como presidente.

Para ser deputado estadual era necessário ser do sexo masculino, ter mais de 21 anos, ser católico, ter renda mínima de 400 mil reis por ano e possuir casa própria. As legislaturas eram bianuais e os parlamentares podiam, ao paralelamente, concorrer a uma cadeira na Assembleia e na Câmara dos Deputados. Por essa razão, as sessões não coincidiam com as reuniões do Parlamento Federal.


Fonte: al.rs.gov.br

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Em breve

– Em breve, meu filho – foi a resposta que recebi da minha mãe ao indagá-la sobre quando me levaria à pracinha. Não lembro ao certo se era à pracinha, mas lembro da resposta. Aquelas palavras retumbaram por muito tempo dentro da minha cabeça. Em breve, em breve.

Durante minha infância, essa não foi a única vez que obtive tal resposta da minha mãe. Perguntava para ela quando me daria um boneco dos Cavaleiros do Zodíaco, um carrinho de controle remoto ou uma bola quadrada. A resposta era fácil de saber: em breve.
– Mãe, quando vamos comer no Mequidônaldis?
– Em breve.

Hoje é fácil perceber que a véia Vanete queria me enrolar. Era fácil enrolar um pequeno que não tinha noção de tempo. Aliás, enganou-se ela ao pensar que eu não tinha noção de tempo. Sabia muito bem contar o tempo. Tão bem a ponto de dar um significado contrário à expressão em breve. Na tradução do meu paupérrimo vocabulário infantil, breve significava algo muito distante. Era o mesmo que daqui a muito tempo. As plaquinhas dos postes, que dizem Breve Jesus voltará, ajudavam a confirmar a minha hipótese. O Cristo demoraria muito para vir, logo, breve voltaria.

Mas comecei a ver algumas coisas que começaram a se contrapor ao significado de breve. Uma vez, certo apresentador anunciou vamos fazer um breve intervalo e já voltamos. Foi confuso demais. O intervalo durou, no máximo, 30 segundos. Outro dia, anunciavam que uma nova novela começaria em breve. Na semana seguinte, a trama estava sendo exibida. Havia alguma coisa de errado. Meu drama culminou quando, no jornal, li que um jogador teve uma parada breve por causa de uma lesão. O atleta ficou longe dos gramados somente uma semana. Pulei de onde quer que eu estivesse sentado para ler e corri até a minha mãe.
– O que quer dizer em breve?
– Aaahh, significa alguma coisa que vai acontecer logo, sem demora.
– Mentira.

Só podia ser mentira. Se breve fosse algo rápido, as promessas feitas por ela não demorariam tanto para se realizar. Consultei o Aurélio. Este não me mentiria, pensei. Estava errado. Apenas me confundiu mais. Encontrei lá breve: título que atesta a capacidade de um indivíduo pilotar aviões.

Desisti. A partir daquele dia decidi que não utilizaria mais a expressão. Resolvi bani-la do meu vocabulário. Até planejei perguntar para as pessoas, quando elas dissessem em breve, se elas se referiam a muito ou a pouco tempo. Não precisei por o plano em prática. Depois disso, fiquei atento a todas as vezes em que via a palavra e como ela se encaixava no contexto da frase. Foi fácil, em um breve período aprendi o significado de breve. Eu acho.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dona Chica: 59 anos de Caldas Junior


Carlos Garcia
Com 59 de serviços prestados à Caldas Junior, Francisca, conhecida como dona Chica (na foto, com a reprodução da primeira edição do Correio do Povo), é a “guardiã da memória” da empresa jornalística. Ela foi responsável, em 1950, pela criação e organização do arquivo que guarda todas as edições do Correio do Povo, Folha da Tarde e outras publicações impressas da casa.

Na sala do arquivo – no edifício Hudson, sede do Correio do Povo e rádio Guaíba – com o rádio ligado na Guaíba FM, dona Chica falou sobre seus anos de trabalho na Caldas Junior. A seguir, os principais trechos da conversa.

Quando a senhora começou a trabalhar no Correio do Povo?
Eu comecei em 28 de fevereiro de 1950. Estou com 59, vou fazer 60 agora.
E como que foi a entrada na empresa?A minha entrada aqui... o problema era o seguinte: antigamente, o Correio do Povo era uma família, tu vinha, trazia teu irmão, trazia os teus parentes e tudo aqui era uma família. Então meu cunhado trabalhava aqui. Era o Sadi Rafael Saadi. Era cunhado e me criou. Pai de criação. Então, quando eu terminei o ginásio, eu não quis continuar os estudos, então, ele me forçou a trabalhar. Aí eu vim trabalhar aqui no Correio, pela mão dele, pela mão do seu Alcides Gonzaga, que era o gerente do Correio do Povo naquela época.
A senhora começou fazendo o que?Eu comecei na contabilidade... porque o arquivo não existia. Aí o seu Gonzaga perguntou para mim se eu tinha coragem de organizar um arquivo. Eu disse "sim".
A senhora que deu início ao arquivo, então...Não, eu criei o arquivo do jornal. Se tem isso aí, agradece a mim. Aí ele me deu dois funcionários e eu comecei a organizar o arquivo do jornal. Porque essas coleções todas estavam atiradas lá na tevê. Então eu mandei buscar tudo, mandei restaurar, mandei fazer tudo em couro. Está tudo feito em couro. Desde o primeiro número até o último, até o atual, tudo é a mesma coisa. Depois eu vou te mostrar como está ótimo.

Que ano foi criado o arquivo?
Eu entrei em 1950 e fiquei apenas, acho, que uma semana na contabilidade. E o arquivo era na rua Sete de Setembro, naquele prédio onde hoje é o Banco do Brasil. Eu comecei a fazer Correio do Povo, Folha Esportiva, Folha da Tarde e Folha Final. Eram quatro jornais abatidos quando houve aquela história de fechar. Eram quatro jornais. Só que cada jornal tinha seus encartes. Por exemplo, o Rural, o Caderno de Sábado, o Fim de Semana, Letras e Livros. Então, todas essas coisas que estavam sendo encartadas, eu ia mandando tirar e fazer coleção. Aí tornou-se muito mais fácil para o pessoal fazer pesquisas.

Quando a senhora entrou na Caldas Junior, já tinha mulheres trabalhando?
Quando entrei, éramos três. Porque eles não empregavam mulher naquela época. Era a Eva, que era a secretaria do seu Alcides, a Talita que era caixa e eu, que entrei na contabilidade. Éramos somente três mulheres. Aí depois começou a entrar mais mulheres, principalmente na circulação.

E a edição que foi empastelada e a senhora, dona Francisca, conseguiu salvar...
Foi em 20 de setembro de 1972. Houve aquela história do telegrama que mandaram para cá. Um telex. Não era para ser publicado aquele telegrama porque era assunto da política. E o doutor Breno, como era meio teimoso, mandou publicar. E aí nos publicamos e no outro dia de manhã veio a polícia toda, o exército todo, e tomaram conta do Correio. Eles perguntaram para o doutor Breno se ele ia prender toda a edição e o doutor Breno disse para ele que fizesse o que ele quisesse, não, “pode fazer o que tu quer”, e ele mandou os caminhões todos para cá e na hora que saia o jornal da máquina, eles iam botando dentro do caminhão para levar para lá, para o exercito. Eu, quando cheguei, tava aquela coisa, né. Aí eu disse “pô, mas não é possível que eu vou deixar o Correio do Povo ficar sem essa edição”. Aí eu fui lá embaixo, estavam todos lá, eu tirei 20 jornais, botei debaixo do braço e saí. Eles com o problema, não sabiam o que eu ia fazer. Nem deram bola para aquele negócio e eu guardei. Passada uma temporada, o doutor Breno me perguntou “escuta, Chica, tu tens esse jornal?” e disse “tenho”. Aí ele disse “mas como que tu conseguiste?” e eu disse “ahhh eu consegui assim...” e contei para ele a história do que eu tinha feito. “É impossível”, disse ele. Porque ele me conhecia desde guria, né. “Mas tu é uma guria impossível”. Quer dizer que eu não deixei faltar no arquivo essa edição. O Galvani, no livro dele, não seu se tu leu o livro... Um Século de Poder, né? [GALVANI, Walter. Um Século de Poder: os bastidores da Caldas Junior] Ali ele fala também sobre o telegrama, sobre tudo, né.
E a relação com o doutor Breno?Ah, ótima. Ótima pelo seguinte: ele se dava muito com a minha família por causa do meu cunhado. Então a relação minha com ele era assim. Eu ia ao gabinete dele... ele sempre me tratando por guria, porque eu entrei muito guria mesmo, e eu tinha uma boa relação com ele. Aliás, com todos. Graças a Deus. Tanto que, foi mudando, primeiro foi o Breno, depois foi o Renato, depois foi o Edir Macedo. E em todas elas eu to indo.
Como a senhora sintetiza todos esses anos de trabalho na Caldas Junior?Era uma família. È uma coisa que eu criei. É como se eles fossem meu filho. Durante todos esses anos, não deixo ninguém mexer, ninguém fazer porque é meu. Aí o dia que eu parar, não sei como que vai ser. Não sei como é que eles vão me substituir.
Alguns vícios de linguagem foram eliminados para melhor entendimento, mas muitos foram mantidos para que a entrevista pudesse ser reproduzida da forma mais fiel à original.
Foto: Carlos Garcia

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Feira do Livro

O perfume das flores dos jacarandás

Nada é mais certo em Porto Alegre que chuva em época de Feira do Livro. Nem que seja apenas por algumas horas, mas todo ano, em fins de outubro, uma nuvem negra e gorda se aproxima da praça da Alfândega e despeja água sobre as lonas que cobrem os stands abarrotados de livros. Para desespero dos comerciantes, o povaréu, que passeia e compra no local, se dispersa ao notar a água que cai do céu. A exceção fica por conta daqueles que, ao contrário, usam a cobertura do evento como abrigo e acabam por se perder nos saldos dos balaios.

Um por cinco, três por dez, cinco por quinze. As promoções são variadas, assim como os títulos que podem ser encontrados ali. As opções vão desde livretos infantis até os melhores romances de Garcia Márquez. Sem contar os preços simbólicos que se paga por clássicos de Machado de Assis à Hemingway. Confesso que, como uma mulher em Shopping, tenho atração irresistível por esses saldos da Feira do Livro. Vez que outra, erro o passo e levo para casa umas porcarias que me forço a sepultar a leitura antes do fim da terceira página. Entretanto, não escondo a satisfação de comprar uma obra como A Sangue Frio, de Truman Capote, pela metade do preço da Veja desta semana. Sorte minha de possuir tempo para, pacienciosamente, filtrar com perícia os balaios na busca de delícias literárias para saborear nos próximos onze meses.

Onze meses demorados para uma população sem incentivos à leitura e que lê uma média de cinco livros por ano. Mas, admitamos, é gostoso esperar quase um ano inteiro por esses quinze dias em que as ondas da calçada da Rua da Praia levam os porto alegrenses a um mar de cultura e conhecimento. O perfume das flores dos jacarandás, realçado pela umidade da chuva, é o aviso de que a sineta de abertura já pode tocar.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Rua da Ladeira

Ligação entre a Matriz e a Alfândega

O Correio do Povo de 20 de outubro de 1909 noticiava a construção de uma nova via em Porto Alegre. A coluna Há um século no Correio do Povo de hoje apresenta a nota assim:
Como já foi noticiado trata-se de organisar nesta capital uma empreza que tomará a si o encargo de construir a projectada avenida, ligando a praça Senador Florencio a Praça Marechal Deodoro. Para isso terão de ser desapropriados diversos prédios e sitios á rua dos Andradas e á rua Riachuelo.

As suas praças em questão são a da Alfêndega (Senador Florêncio) e da Matriz (Marechal Deodoro). A rua a qual a reportagem se refere é a atual General Câmara, que originalmente foi batizada como rua da Ladeira.

Bico de pena de Francisco Carlos da Silva, retirado de fotosantigas.prati.com.br

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Parcão e o horário de verão

Com os pocket shows que a nova rádio Oi FM está promovendo no Parque Moinhos de Vento, não tem jeito de ficar em casa nos finais de tarde de sábado. Ainda mais agora, com o agradabilíssimo horário de verão. Nas outras semanas tocaram Cartolas, Frank Jorge, Acústicos & Valvulados, entre outros. No próximo sábado é a vez da Identidade. É só preparar o Chimas e curtir o fim de tarde ao som dum roquenrrol.

Passeio pela História

Projeto resgata memória do espaço urbano de PoA


Go to ImageShack® to Create your own Slideshow
Edificações e monumentos, que ajudam a ilustrar 237 anos de história, servem de cenário para o cotidiano dos habitantes de uma cidade que contrasta o antigo e o novo. Igrejas, palácios e, até mesmo, um muro são algumas das construções encravadas em Porto Alegre, as quais sua importância histórica é, muitas vezes, desconhecida pelos cidadãos da cidade. Para que isso não aconteça que o projeto Viva o Centro a Pé realiza, duas vezes por mês, passeios orientados pela capital gaúcha.

Com uma média de público de 300 pessoas a cada edição, o projeto reúne cidadãos e turistas interessados em conhecer os detalhes históricos e arquitetônicos de Porto Alegre. Moradora do bairro Cidade Baixa, Mariana dos Santos diz que o Viva o Centro a Pé é uma excelente oportunidade para conhecer locais históricos de Porto Alegre.
– O passeio é maravilhoso, para aqueles que são da cidade, como eu, e para os visitantes, porque nos leva a lugares que passamos em frente diariamente mas não temos a oportunidade de entrar. Assim conhecemos diversos lugares em um único dia.


Para a turista de Campinas (SP), Clarice Silveira, o passeio é excelente para quem não conhece a cidade.
– Lamento que tenho que voltar para São Paulo, gostaria de participar de outras edições do passeio também.

Apesar de trazer no nome, o evento não se limita à caminhadas pelo Centro Histórico da cidade. Das duas edições mensais, apenas uma é realizada na zona central. Para se afastar do marco zero do município, o projeto tem parceria com a empresa de ônibus Carris, que cede ônibus articulados, oferecendo transporte gratuito aos participantes do passeio.

As caminhadas são orientadas por professores e estudiosos de história, arquitetura e artes, que são escolhidos conforme as suas especializações e o tema da edição. Entre os convidados que já guiaram os passeios estão o mestre e doutor em Literatura Brasileira Luis Augusto Fischer, o escritor Alcy Cheuíche e o mestre em História e Ph.D. em Arquitetura Renato Holmer Fiore.

Os roteiros são variados. No centro, a caminhada já visitou as igrejas, os palácios, o Marcado Público, as praças, entre outros pontos. Nos bairros, alguns dos locais que receberam o evento foram os cemitérios, o Jockey Club e o bairro Moinhos de Vento.

Valorização do Centro
Criado e organizado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, através das secretarias municipais do Planejamento (SPM) e Cultura (SMC), o projeto existe desde 2006 e faz parte do Viva o Centro, que tem como objetivo a valorização do Centro Histórico. O coordenador do Viva o Centro a Pé, Glênio Bohrer, explica que a caminha começou a ser organizada para mostrar a imagem positiva do centro.
– A idéia é expor as virtudes e qualidades do local para trazer o cidadão para o centro, que possui uma série de valores muitas vezes esquecida pelas pessoas. Ainda mais, agora, com a revitalização que está sendo realizada na zona central e os outros atrativos oferecidos.

Inscrições e solidariedade
Para participar do Viva o Centro a Pé, os interessados devem se inscrever pelo telefone ou internet. A inscrição prévia é importante para facilitar a organização do evento. Segundo Bohrer, é essencial saber o número de pessoas, principalmente, nos locais que exigem deslocamento de ônibus, para solicitar a quantidade certa de veículos de transporte.

As inscrições são gratuitas, mas os participantes podem colaborar com alimentos não-perecíveis, que devem ser entregues no local de partida da caminhada. As doações são encaminhadas para instituições municipais.

Inscrições
Fone: (51) 3289 3738 E-mail:
vivaocentroape@gmail.com Local: Caminho dos Antiquários Praça Daltro Filho (Praça do Capitólio), na esquina das ruas Demétrio Ribeiro e Mal. Floriano

Para acessar o site do Viva o Centro a Pé, clique
aqui.
Passeio realizado em 28/06/2009, roteiro: cemitérios

Fotos: Carlos Eduardo Garcia
Reportagem produzidada para a cadeira de Webjornalismo, em 2009/01.

Palavras para insultar

Burro, imbecil, corno, ladrão, falcatrua...

“Embora possamos insultar nosso semelhante com gestos e atitudes, o bom insulto é sempre verbal”, afirmou o professor Cláudio Moreno em um texto que destaca as palavras apropriadas para xingar. Ele lembra que o homem tem preferência por atacar o inimigo explorando áreas de pouca inteligência (burro, estúpido, tolo), sanidade mental (louco, maluco), prática de atos condenáveis (ladrão, corrupto) e comportamento sexual inadequado (puta, veado, broxa). A origem de alguns dos insultos mais utilizados foi recuperada por Moreno.

Idiota – A democracia da Atenas da Grécia antiga tinha como base a participação coletiva nas decisões. Os indivíduos que não participavam desse processo eram vistos com desprezo, sendo chamados de idiota. Inicialmente a palavra dava a ideia de alienado. Mais tarde, em Roma, Idiota foi difundido como um insulto.

Imbecil – No Latim, imbecillis significava fraco, frágil (nesse contexto, é possível dizer que o Inter foi imbecil no jogo de ontem contra o Fluminense, por exemplo). A partir do século 16 o vocábulo foi, lentamente, se limitando a fraqueza mental.

Otário
– são leões marinhos, que por serem lentos e apresentarem a aparência de tolos, tiveram seu nome aproveitado como um xingamento.

Canalha
– Original do Italiano canaglia, que no sentido literal quer dizer cachorrada, mas era utilizado para designar a ralé. Posteriormente a expressão perdeu o significado coletivo para insultar um individuo específico. É utilizado para chamar uma pessoa traiçoeira, sem caráter.


O texto de Cláudio Moreno pode ser encontrado no site http://wp.clicrbs.com.br/sualingua/ e na revista Superinteressante de dez.2001.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Loureiro da Silva

O prefeito que mudou a história de POA

José Loureiro da Silva, prefeito de Porto Alegre de 1937-1943 e 1960-1964, era descendente de Jerônimo de Ornelas, dono das terras que serviram de base para a formação da capital gaúcha. Mesmo não sendo um parente muito próximo, Loureiro tentou associar sua imagem à do dito fundador da cidade, durante suas passagens pela administração porto alegrense.
________________________________________
Em 1939, o Instituto Histórico e Geográfico do Estado descobriu um documento datado de 5 de novembro de 1740. Era a carta de doação de uma sesmaria às margens do Guaíba (área de 14 mil hectares) a Jerônimo de Ornelas. Baseado nesse registro, Loureiro começou a preparar os festejos para a comemoração do bicentenário de Porto Alegre, em 1940.

Entretanto, em 1971 a Câmara Municipal aprovou uma lei que definia 1972 como o ano para comemorar os duzentos anos da cidade. A medida foi baseada no fato de Porto Alegre ser elevada à categoria de freguesia em 26 de março de 1772.
________________________________________
Fontes: ZH, pt.wikipédia.org e poasite.com

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Eu acho que...

Humor climático

Nesse freqüentes dias de chuva tenho lido e visto diversas reportagens que falam da ligação do humor das pessoas com as condições climáticas. O recado é sempre o mesmo: dias chuvosos deixam as pessoas de mau humor, ao contrário do sol, que as tornam felizes e bem humoradas. Da mesma forma, as matérias afirmam que o verão é mais alegre que o inverno. Fala-se, inclusive, que nos países frios o número de suicídios é maior. Bem, talvez os sujeitos que atentaram contra si tivessem outros problemas. Ou, se puseram fim a própria vida em razão do frio, nunca visitaram Porto Alegre entre novembro e abril.

Certa vez, Juremir Machado afirmou, em sua coluna no Correio, que o clima de Porto Alegre é de pobre. Não encontrei estudos que definam que essa temperatura é de pobre e aquela outra de rico. Mas temos que concordar com uma coisa: as condições climáticas de Porto Alegre exigem que qualquer pessoa, independente da classe social, tenha a saúde excelente. Não só pelo sobe e desce constante dos termômetros, mas pelo maldito ar condicionado. Esse simulador de temperaturas até é útil, principalmente no verão, mas as pessoas parecem que não sabem usar. Em qualquer prédio, ele está sempre no máximo, nos fazendo perceber instantaneamente a mudança brusca de temperatura. É comum ver na rua pessoas carregando casacos quentes em fevereiro, em razão de trabalharem em locais que tem ar condicionado. E que os deixam ligado sempre na temperatura mais baixa que o aparelho oferece.

Como uma reportagem pode afirmar que as pessoas ficam bem humoradas com o calor se elas fogem dele? Ou as pessoas gostam de ter mau humor, ou elas não suportam o calor. Fico com a segunda opção, pois podemos ver isso em janeiro e fevereiro, quando os porto alegrenses, em massa, migram para o litoral buscando temperaturas menos altas. Quando estão na cidade, reclamam sem parar do calor insuportável que não os dá ânimo nem para trabalhar. Os meses passam e o inverno chega. A reclamação continua. O frio é ruim, sentem saudade do verão, quando calor os deixava mais alegres. Pois bem, o verão volta, mas o bom humor não. A reclamação continua porque está calor e, afinal, o inverno que é bom.

O pico da discussão sobre o tempo, no entanto, é encontrada no verão. Como dito anteriormente, nas sextas de janeiro, a free-way fica entupida de moradores de Porto Alegre e região que vão para a praia. Dizem que saem da cidade para fugir do calor escaldante que derrete o cérebro de muita gente. Mas, incrivelmente, incrivelmente, quando chegam na praia e o tempo não está bom, o mau humor volta. Sem contar aqueles que perdem o bom humor na estrada congestionada. Mas, me responda quem puder: se vão para o litoral porque lá é menos quente que aqui, porque então ficam enfurecidos quando chove e fica frio? Não era o que queriam, ausência do calor? Não. O que querem é praticar o esporte preferido da população: a arte de reclamar. É incrível como as pessoas gostam de achar que o bom não está bom. E pior, essas pessoas não gostam, inclusive, dos bem humorados. Posso até não ser fã do verão, mas não reclamo. Não reclamo porque as pessoas a minha volta não mudarão o clima. Mas tenho que admitir que estou incluso no grupo de reclamões. Afinal, o que fiz nestas linhas se não reclamar de quem reclama? Fico mau humorado com o excesso de mau humor.

Da minha parte, chega de bobagem. Ponto.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Farsa das indulgências

Comprovado: Sudário é uma fraude


O pano de linho que teria coberto Jesus Cristo depois de sua morte, chamado de Santo Sudário, não passa de uma falsificação produzida na idade média. Quem comprovou o fato foi a Comissão para Investigação de Alegações de Paranormalidade após reproduzir a técnica utilizada na época da fraude. Um tecido envelhecido artificialmente foi colocado sobre um estudante tingido por um pigmento comum na era medieval.
– O resultado obtido indica claramente que isso poderia ser feito com o uso de materiais baratos e um procedimento simples – disse o cientista italiano Luigi Garlaschelli, professor de Química da Universidade de Pavia.

Em 1988, estudos comprovaram que a suposta mortalha de Cristo datava dos séculos 13 ou 14, aproximadamente 1 200 anos depois da sua morte. A peça apareceu pela primeira vez em 1360, apresentada por um cavaleiro francês. De propriedade do Vaticano, é mantida na catedral de Turim e raramente exposta ao público. Oficialmente, a Igreja Católica não afirma nem nega a autenticidade da relíquia.

Fonte: ZH

Hermanos

Tango é declarado patrimônio da humanidade

A bailar. Depois da triste notícia da morte de Mercedes Sosa, o argentinos tem o que comemorar: O tango foi declarado como Patrimônio Cultural da Humanidade, pela Unesco. O anúncio foi dado durante a Quarta Reunião de Peritos do Comitê Intergovernamental, nos Emirados Árabes.
- É um reconhecimento e um compromisso para seguir fomentando a difusão do tango – afirmou o ministro de Cultura da Argentina, Hernán Lombardi.

A candidatura do tango para estar incluída na lista das manifestações culturais do mundo foi apresentada em conjunto por Buenos Aires e Montevidéu. Em junho, um órgão de peritos da Unesco recomendou incluir entre os patrimônios culturais da humanidade 76 expressões como danças, rituais e costumes propostos por todos os países do mundo.


Fonte: El Clarín

sábado, 3 de outubro de 2009

Curiosidades: Instituições bancárias

Banco Templário

As primeiras instituições bancárias de que se tem notícia foram cridas pelos cavaleiros templários. Durantes as cruzadas, os homens que partiam para a Terra Santa, seja para lutar ou em peregrinação, tinham dificuldades de transportar seu dinheiro durante a viagem. Além do risco de assaltos, as moedas eram pesadas.

Para solucionar esse problema, os participantes da Ordem do Templo guardavam o dinheiro dos indivíduos mediante o pagamento de uma determinada quantia. Os viajantes recebiam um título que permitia a retirada do dinheiro em qualquer posto templário, desde a França até Jerusalém. Os cavaleiros também emprestavam dinheiro a juros.

Opinião: Jango

História de um presidente

A inauguração do Memória João Goulart na última quinta, 1°, foi importantíssima para a cultura gaúcha. Depois de perder o acervo do escritor Erico Verissimo para o Rio de Janeiro e ameaçado de perder o de Mário Quintana, o Rio Grande do Sul ganhou um novo espaço dedicado ao resgate da história. A casa que morou o ex-presidente Jango, em São Borja, conta, segundo os jornais, com um acervo singelo ainda, mas suficiente para ilustrar sua vida desde antes da presidência até a morte, no exílio. O resgate da memória de Jango é essencial para que a nova geração saiba da sua importância histórica para o Rio Grande e o Brasil. Também é um recurso dinâmico que possibilita a população conhecer a história sem se deter somente nos livros.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Centro histórico

Mercado faz 140 anos
O Marcado Público, que vai comemorar 140 anos amanhã, 3, não nasceu com a aparência que todos conhecem. Na inauguração, em 1869, o prédio possuía apenas um pavimento (clique aqui para ver a foto). Abrigou, durante esse período, o comércio de abastecimento de Porto Alegre. O crescimento na demanda levou a construção de chalés internos para abrigar mais vendedores.

Em 1912, um incêndio destruiu os chalés internos. Então foi dado início às obras de construção do segundo piso, concluído e inaugurado em 1915. O espaço abrigou escritórios e repartições públicas.

Mais tarde, sofreu ligeiras reformas e até correu risco de ser destruído. Foi tombado como patrimônio histórico da cidade em 1979, mas a revitalização só veio alguns anos depois. Em 1990, começou a recuperação que contou com a instalação da cobertura interna, escadas rolantes, melhora na infraestrutura e restauração estética. A inauguração aconteceu em 1997.

Com a última reforma, o Marcado teve uma significativa melhora no que se refere ao saneamento. Antes, a população reclamava, principalmente, do mau cheiro oriundo dos peixes expostos. Hoje, o local é ponto de passeio, com bares, restaurantes, lojas, feiras, exposições e as clássicas bancas de alimentos.

Para ver fotos do Mercado atual, clique aqui.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Lincoln e Kennedy

Coincidências entre presidentes


Recebi um imeil hoje muito interessante. A mensagem apresentava um rol de coincidências entre os ex-presidentes norte-americanos Abraham Lincoln (esq.) e John Fitzgerard Kennedy (dir.). No texto original, o autor (desconhecido) foi sensacionalista ao extremo, o que procurei eliminar. Eis, a seguir, aquilo que a história dos dois presidentes mais notáveis dos Estados Unidos tinha em comum.

Lincoln foi eleito para o Congresso em 1846.
Kennedy foi eleito para o Congresso em 1946.

Lincoln foi eleito presidente em 1860.
Kennedy foi eleito presidente em 1960.

Ambos se preocupavam muito com os direitos civis.
Ambos os presidentes foram assassinados numa sexta-feira.
Ambos os presidentes levaram um tiro na cabeça.

O secretário de Lincoln chamava-se Kennedy,
o secretário de Kennedy chamava-se Lincoln.

Ambos foram assassinados por alguém dos estados do sul.
Ambos os presidentes foram sucedidos por um homem do sul chamado Johnson.

Andrew Johnson, que sucedeu a Lincoln, nasceu em 1808.
Lyndon Johnson, que sucedeu a Kennedy, nasceu em 1908.

John Wilkes Booth, que assassinou Lincoln, nasceu em 1839.
Lee Harvey Oswald, que assassinou Kennedy, nasceu em 1939.

Lincoln foi assassinado num teatro chamado "Ford"
Kennedy foi assassinado num carro da marca Lincoln, feito pela "Ford"

Lincoln foi assassinado em um teatro e o seu assassino correu para um armazém para se esconder.
Kennedy foi assassinado a partir de um armazém e o seu assassino fugiu para um teatro para se esconder.

E aqui, segundo o autor, a cereja no topo do bolo….

Uma semana antes de ser assassinado, Lincoln esteve em Monroe.
Uma semana antes de ser assassinado, Kennedy esteve com Marilyn Monroe.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Origem da Ufrgs

Primeiras faculdades do RS


As primeiras instituições de ensino superior no Rio Grande do Sul surgiram em 1895, em Porto Alegre. Eram as faculdades de Farmácia e Química (na foto, a sede localizada na avenida João Pessoa). Um ano mais tarde foi implantada a Engenharia. Em seguida, foram abertas os cursos de Medicina e Direito, em 1898 e 1900, respectivamente. Essas cinco faculdades iriam, no futuro, dar origem a atual Ufrgs.

Mas antes disso, em 1934, os cursos se inetgraram, formando a Faculdade de Porto Alegre. No período desse integração existiam a Escola de Engenharia (com os Institutos de Astronomia, Eletrotécnica e Química Industrial), a Faculdade de Medicina (com as Escolas de Odontologia e Farmácia), a Faculdade de Direito (com a Escola de Comércio), a Faculdade de Agronomia e Veterinária, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras e o Instituto de Belas Artes.

Outra grande transformação aconteceu em 1947, quando a instituição passou a ser chamada de Universidade do Rio Grande do Sul, Urgs. Na ocasião foram anexadas as faculdades de Direito e de Odontologia de Pelotas e a faculdade de Farmácia de Santa Maria, que posteriormente foram desitegradas, com a criação das universidades federais de Pelotas e Santa Maria.

Em 1950 a universidade passou a ser administrada pelo governo federal, sendo chamada de Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ufrgs.



Fonte e foto: ufrgs.br

Dica de leitura

História, religião e simbologia

A febre Dan Brown está de volta. Depois da estreia do filme Anjos e Demônios, baseado no livro do autor, é a vez de outra trama ganhar destaque. The Lost Symbol (O símbolo perdido), recém lançado nos Estados Unidos, promete ganhar uma versão em português até o final do ano.

Enquanto o livro não chega no mercado brasileiro, os fãs de Brown podem se deliciar com um outro velho autor do gênero: Umberto Eco. O italiano escreveu O Nome da Rosa, lançado em 1980. Assim como os livros de Brawn, a obra também ganhou versão hollywoodiana, com Sean Connery encarnando o papel principal, em 1986.

Recentemente, O Nome da Rosa ganhou nova edição, pela editora Record. Para quem gosta de história medieval, o livro é leitura obrigatória.

Leia a sinopse no site da Record

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Igreja das Dores

Porto Alegre ganha museu sacro

Um dos principais pontos turísticos da Capital, a Igreja Nossa Senhora das Dores ganhará um atrativo a mais. É o Museu de Arte Sacra, que funcionará numa antiga capela lateral do templo. No local, serão expostos artigos religiosos, que ao longo dos anos foram preservados pela igreja. Trajes de padres, estandartes, incensórios e cálices são algumas das mais 500 peças que o acervo já conta.
Segundo a responsável pelo acervo da Igreja Nossa Senhora das Dores, Ana Maria Bossle, ainda não tem data definida para iniciar o funcionamento do museu. Mas a museologa estima que o local destinado a exposição (nas fotos) será preparado para receber as peças quando as obras que estão em andamento terminarem, no início do próximo ano. Um valor, ainda não estipulado, será cobrado dos visitantes para garantir a manutenção do espaço.
Fotos: Mayara dos Santos

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Feira do Livro

Vício saudável


No início da semana estava andando pela Rua da Praia, na altura da Praça da Alfândega, quando vi alguns operários montando umas estruturas de ferro. Perguntei para um deles o que era aquilo, se teria algum evento.
– Feira do Livro, amigo – me respondeu.
Mas jááá???, pensei. Estamos em setembro, falta mais de um mês. É, já estão montando os toldos para abrigar a feira.

Azar meu. Na última edição, prometi para mim mesmo que faria um pequeno fundo para gastar na feira deste ano. Mas ficou só na promessa. Sei que meu lado consumista se manifestará fervorosamente. Ou me contenho ou fecho o mês no vermelho.

É uma parcela mínima da sociedade que tem esse vício. Se 1,4 milhão de porto alegrenses tivesse vontade e poder aquisitivo de devorar os livros, talvez teríamos a campanha
Livro, nem pensar.
_______________________________________________________________
O patrono da Feira do Livro, que estará aberta entre 30 de outubro e 15 de novembro, foi escolhido nesta quarta, 23. O jornalista e escritor Carlos Urbim tocará a sineta de abertura e encerramento no lugar de Charles Kiefer, patrono em 2008.

______________________________
Imagem: Arte sobre foto do Clic RBS

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Opinião

Professora x aluno pichador

Quem está certo, aquele que não respeita o patrimônio público ou aquele que, enfurecido com tal depredação, pune o vândalo por conta própria?

A professora de Viamão que impôs limite aos atos de vandalismo contra o patrimônio público fez o que o sistema judiciário sempre deveria fazer e não faz. O menino que, após um mutirão para pintar a escola, pichou as paredes do local não pode ficar impune. Esse foi o pensamento da educadora que o fez lavar e pintar as paredes danificadas.


Justiça e educação
É velho ditado que diz “meu filho apanha em casa de mim, para não apanhar da Brigada na rua”. Com adaptações, serve para o caso. A educação frouxa e preguiçosa, que os pais deram ao menino, tiveram que ser reensinadas a ele na rua, pela professora. A sociedade está cansada da falta de educação familiar e de depender nas ridículas e antiquadas leis do legislativo e da forma como elas são aplicadas (ou deixadas de ser aplicadas) pelo judiciário.

Mídia
Terça, as reportagens tinham um tom de revolta contra ato da professora. Quarta, ouviu-se os dois lados. Hoje, depois das muitas manifestações em favor da professora, as reportagens mostraram o menino como um malfeitor. Merece destaque o editorial de Zero Hora (clique aqui para ler o artigo), que julga o caso com os olhos de um cidadão que está cansado de conviver com a falta de respeito e violência.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

O prédio da Casa de Cultura Mário Quintana

Hotel Majestic: um marco de modernização em PoA

Considerado um marco de modernização, na época, para Porto Alegre, o prédio que hoje abriga a Casa de Cultura Mário Quintana começou a ser construído em 1916 para o funcionamento do antigo Hotel Mejestic. O projeto previa a construção de dois edifícios, cada um de um lado da travessa Araújo Ribeiro (hoje travessa dos Cataventos), ligados por passarelas.

A primeira parte da edificação, onde hoje está o Acervo e o Memorial, foi concluída em 1918. A obra, porém, foi finalizada apenas em 1933. Mas dez anos antes, o negócio foi arrendado para os irmãos Masgrau. Os novos administradores fizeram o hotel prosperar, trazendo para o local hóspedes ilustres e com eles todo o glamour da época.

Com a troca na administração, nos anos 50, o Majestic entrou em declínio. Hóspedes da alta sociedade foram substituídos por caixeiros viajantes. A localização deixou de ser privilegiada, num momento em que as elites saiam do Centro para morar em outros bairros. Em 1980 o prédio foi arrematado em leilão pelo Banrisul e, dois anos mais tarde, comprado pelo governo do Estado. Em 1983, o Majestic ganha status de prédio histórico e começa a ser transformado em casa de cultura. Depois de passar por reformas, o centro cultural foi aberto ao público em 1990.

Hóspede ilustre

O hóspede mais conhecido do Majestic foi o poeta Mário Quintana, que morou no local de 1968 a 1980. A estadia prolongada redeu uma homenagem ao escritor: Quintana emprestou seu nome ao espaço, quando foi decidido que o antigo hotel seria transformado em uma casa de cultura.

Além do quarto com objetos pessoais do poeta, o local também conta com salas de cinema, salas de exposições de arte, bibliotecas, discoteca, auditórios, teatro, o Museu do Banrisul, o Memorial do Majestic, livraria, café, além de abrigar provisoriamente a Biblioteca Pública do Estado.

Fonte: ccmq.com.br
Foto: pt.wikipedia.org

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Viva o Centro

Passeio visita prédios históricos e homenageia arquiteto

Você conhece Theodor Wiederspahn? Se sim, sabe o significado que a sua obra tem para Porto Alegre. Se não, certamente, conhece as edificações por ele projetadas. E é em homenagem a este arquiteto que o Viva o Centro a Pé programou o roteiro do passeio do próximo sábado, 26. A caminhada guiada fará um tour pelos prédios de Wiederspahn.

A saída está programada para às10h, na prala Daltro Filho (esquina rua Mal.Floriano com a rua Demétrio Ribeiro). No roteiro estão construções como a Delegacia Fiscal (atual Margs), Correios e Telégrafos (atual Memorial RS), Banco da Província (atual Santander Cultural), Hotel Majestic (atual Casa de Cultura Mario Quintana), edifício Chaves, cinema Guarany, cervejaria Bopp (atual Shopping Total), Central Telefônica Ganzo, Edifício Ely (Tumelero), Medicina da Ufrgs e Hospital Moinhos de Vento.

O passeio contará com a orientação será do professor de Arquitetura Cláudio Calovi Pereira. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail
vivaocentroape@gmail.com e o valor é 1 kg de alimento não perecível.

O arquiteto
Nascido na Alemanha, em 19 de fevereiro de 1878, Theodor Wiederspahn formou-se na Escola de Construção de Wiesbaden, em 1894, e mudou-se para o Brasil em 1908. Trabalhou no escritório de engenharia de Rudolf Ahrons entes de montar seu próprio negócio. Seus traços foram desenhando, ao longo dos anos, as linhas arquitetônicas de Porto Alegre, sendo creditado a ele, a construção de diversas edificações da capital. Morreu em 1951, aos 73 anos.

Obras de Wiederspahn em Porto Alegre (clique para ver imagem)


domingo, 20 de setembro de 2009

Revolução Farroupilha

O sangue que separou o Brasil


O verde e amarelo do Brasil imperial separado pelo vermelho que representa o sangue derramado na guerra são as cores do Rio Grande do Sul. A bandeira gaúcha tem origem nos anos que principiaram a Revolução Farroupilha e os traços diagonais foram criados por Bernardo Pires e José Mariano de Mattos. Foi utilizada pela primeira vez em 12 de novembro de 1836, quando o governo da República Rio-Grandense decretou a criação do “escudo de armas”.

Nos anos em que foi instaurada a República, a bandeira apresentava somente as três listras largas. O brasão sobre a elipse branca, que também é erança farroupilha, apareceu na bandeira apenas em 1889, por influência positivista.

Em 5 de janeiro de 1966, Ildo Meneghetti sancionou a lei que adotava a bandeira (na imagem, com o brasão), o brasão e o hino como símbolos oficiais do Estado.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Sala de Redação

Momento Históóórico


- Sssssssobre o assunto tenho a pergunta principal.
- Deixa eu terminar de falar...
Assim Kenny Braga e Luis Carlos Silverira Martins, o Cacalo, imitaram Paulo Sant’Ana e Ruy Carlos Ostermann na abertura do segundo bloco do
Sala de Redação de ontem, 17. O texto era baseado em uma edição dos quadrinhos Sala Magazine (na imagem), que, como numa fotonovela, relembrava uma briga entre o Professor e Sant’Ana.

Então eu pedi licença para o mediador do programa, o Professor, para junto com o Daniel, imitar do jeito “correto”. Reproduzimos a discussão tentando ser fiel ao arquivo de áudio de um Sala que não temos nem a data registrada. Neste tom brincalhão e descontraído, corriqueiro no programa, que o pseudo fã-clube do Sala de Redação, o ÚLtima, participou da mesa-redonda.

Stefano, Daniel e eu fomos a Gaúcha somente para assistir o programa e, talvez, ter a oportunidade de falar e tirar uma foto com esses ícones do radiojornalismo. Mas ao mostrar ao Kenny e ao Ruy a revista do Sala, eles nos convidaram imediatamente para participar do programa. Para mim, e para os guris acho que também, foi um momento único na nossa vida de estudante. É possível que, daqui a uns dias, estejamos acostumados a sentar numa mesa como aquela, ou até, pretensiosamente, naquela. Mas, hoje, não. Hoje, estamos na condição de fãs desse programa que só perde em audiência para o do Macedo.

Parabenizo a nós mesmos por esse feito (hahaha). E aos salistas Ruy, Lauro, Kenny, Guerrinha, Cacalo, Sant’Ana e Wianey, parabéns pelo programa e que continue assim, com muito sucesso. Que não percam o humor característico, porque, segundo Sant’Ana, “sem bom humor não dá”, e que, de vez em quando, briguem, para que tenhamos material para as próximas edições do Sala Magazine.


Para escuatar o Sala de ontem (17/09/2009), clique aqui.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Cinema e jornalismo

Jornalismo na telona

Nas longas horas conectado à Internet, entre as tarefas do serviço e os trabalhos de aula, achei uma lista com 30 filmes sobre jornalismo. O rol foi elaborado pelo jornal britânico The Independent, em 14/03/2005, mas o encontrei publicado no blog Papel Jornal. A relação não é muito nova, mas vale a pena conferir. Daqueles que não aparecem entre os 30, lembro de O Poder da Mídia.
  1. Em Salvador, o martírio de um povo (Salvador, 1985), um fotojornalista "gonzo" e seu amigo DJ chegam a El Salvador durante os conflitos político-ideológicos do início da década de 1980. O filme é dirigido por Oliver Stone.
  2. Todos os homens do presidente (All the President´s Men, 1976), com Dustin Hoffman e Robert Redford no papel dos repórteres Carl Bernstein e Bob Woodward, do Washington Post, conta a história do caso Watergate, que levou à renúncia do presidente Nixon.
  3. Um adolescente de 15 anos consegue trabalho como repórter da revista Rolling Stone e cobre turnê de um grupo de rock pelos EUA em Quase famosos (Almost Famous, 2000), dirigido por Cameron Crowe.
  4. Com direção de Gus Van Sant, Um sonho sem limites (To Die For, 1994) mostra a luta de uma ambiciosa garota-do-tempo, interpretada por Nicole Kidman, para ter sucesso na TV.
  5. O brasileiro Cidade de Deus (2002), dirigido por Fernando Meirelles, também entrou na lista. Inspirado numa história real, mostra os personagens da favela Cidade de Deus, no Rio de Janeiro, pelas lentes de um fotógrafo adolescente.
  6. Orson Welles dirige e atua em Cidadão Kane (Citizen Kane, 1941). Na história, um repórter explora a vida de um magnata de mídia.
  7. Em defesa da verdade (Defence of the Realm, 1985), estrelado por Gabriel Byrne, é um suspense no qual a cobertura de um escândalo médico leva um repórter a investigar autoridades políticas.
  8. Estrelado por Johnny Depp e Benicio Del Toro, Medo e delírio (Fear and Loathing in Las Vegas, 1998) mostra a tentativa de cobertura de uma corrida de moto e de uma assembléia da polícia por um repórter drogado. O filme é inspirado na vida do jornalista "gonzo" Hunter S. Thompson, que se suicidou no mês passado.
  9. Última hora (The Front Page, 1931) é baseado em peça teatral de Ben Hecht e Charles MacArthur sobre um repórter de sucesso tentando escapar de seu editor cínico e manipulador.
  10. Jejum de amor (His Girl Friday, 1939), com Cary Grant e Rosalind Russell, é outra adaptação da peça de Hecht e MacArthur, dirigida por Howard Hawks.
  11. Estrelado por Robin Williams, Bom dia Vietnã (Good Morning Vietnam, 1987) conta a história de um irreverente DJ que, recrutado para comandar programa de rádio das Forças Armadas dos EUA no Vietnã, enfurece oficiais.
  12. De Oliver Stone, Assassinos por natureza (Natural Born Killers, 1994) mostra as loucuras de um casal que viaja pelos EUA matando pessoas para atrair a atenção de um jornalista sensacionalista.
  13. Em Os gritos do silêncio (The Killing Fields, 1984), premiado repórter arrisca a vida para cobrir a Guerra do Camboja.
  14. Com Burt Lancaster e Tony Curtis, A embriaguez do sucesso (Sweet Smell of Success, 1957) retrata um colunista de fofoca como um monstro da mídia.
  15. O informante (The Insider, 1999), com Al Pacino e Russell Crowe, mostra a luta de um cientista recém-demitido de fábrica de cigarros e um produtor do programa de TV 60 Minutes para divulgar segredos escandalosos da indústria do tabaco.
  16. Rede de intrigas (Network, 1976), com direção de Sidney Lumet, mostra o dramático fim da carreira de um importante âncora da TV americana.
  17. Em O Povo contra Larry Flynt (The People vs Larry Flynt, 1996), o diretor Milos Forman faz cinebiografia do polêmico editor da revista de pornografia Hustler, que enfrentou diversas batalhas judiciais na defesa da liberdade de expressão nos anos 1970.
  18. Com Christopher Reeve, Superman (1978) conta a história do jornalista sem-graça que nas horas vagas se transforma em super-herói pronto a salvar o mundo.
  19. Em Perversa paixão (Play Misty for Me, 1971), dirigido e interpretado por Clint Eastwood, um radialista é perseguido por uma ex-amante desequilibrada.
  20. O show de Truman, o show da vida (The Truman Show, 1998), dirigido por Peter Weir, é estrelado pelo comediante Jim Carrey. Sem saber, Truman Burbank é o personagem principal de um reality show de sucesso absoluto na TV americana.
  21. O preço de uma verdade (Shattered Glass, 2003) conta a história de um jornalista que inventava grande parte de suas matérias.
  22. O âncora - A lenda de Ron Burgundy (Anchorman: The Legend of Ron Burgundy, 2004) é uma comédia sobre um âncora de TV dos anos 1970 confrontado por uma colega ambiciosa.
  23. Em O ano em que vivemos em perigo (The Year of Living Dangerously, 1982), com Mel Gibson e Sigourney Weaver, um fotojornalista australiano enfrenta perigos e intrigas políticas na Indonésia dos anos 60.
  24. Nos bastidores da notícia (Broadcast News, 1987) mostra o competitivo mundo dos bastidores da TV a cabo dos EUA, habitado por jornalistas ambiciosos e prontos para tudo. Dirigido por James L Brooks.
  25. Com Warren Beaty, A trama (The Parallax View, 1974) mostra um jornalista alcoólatra que investiga o assassinato de um senador depois que várias testemunhas morrem misteriosamente.
  26. Verdades que matam (Talk Radio, 1988) é mais um filme de Oliver Stone na lista do Independent. Um radialista deixa os problemas pessoais interferirem em seu trabalho.
  27. O rei da baixaria (Private Parts, 1997) é uma autobiografia do polêmico radialista americano Howard Stern.
  28. Um fotógrafo interpretado por Nick Nolte se envolve em armações políticas durante a revolução sandinista na Nicarágua, no fim dos anos 1970, em Sob fogo cerrado (Under Fire, 1983).
  29. Dirigido por Billy Wilder, A montanha dos sete abutres (Ace in the Hole, 1951) é um olhar ácido sobre a exploração da mídia. Um jornalista excluído da grande imprensa vê sua chance de voltar ao "jogo" com uma matéria sobre um homem preso em velhas ruínas indígenas no Novo México.
  30. O australiano Newsfront (1978) mistura ficção e cenas reais para mostrar a rivalidade entre duas companhias de cinejornal.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Semana Farroupilha

Difusor da revolução

Responsável por expandir os ideais farroupilha, O Povo foi o jornal oficial da República Rio-Grandense. Sediado em Piratini, o periódico circulou de 1838 a 1840, somando um total de 160 edições.

As prensas foram compradas por Domingos José de Almeida, em Montevidéu, com o valor obtido na venda de 17 escravos. O editor era Luigi Rossetti, amigo de Giuseppe Garibaldi, que emprestou a casa em que morava para instalar os equipamentos e a redação.

Rossetti (na foto, interpretado por Dalton Vigh em A Casa das Sete Mulhres) era italiano e refugiou-se no Brasil após participar de um movimento que defendia a unificação da Itália. Para o historiador Riopardense de Macedo, a influência do conterrâneo de Garibaldi na direção do periódico não pode ser minimizada. “O italiano ajudou a produzir uma propaganda republicana de bom nível que já ensaiava críticas aos processos próprios da burguesia”. Rossetti, que foi, paralelamente, jornalista e comandante da Marinha, morreu aos 40 anos, na batalha de Viamão, em 1840.

Fonte: KIELING, Camila Garcia. Jornal O Povo: Conhecimento e realidade na aurora da imprensa rio-grandense (1838-1840). Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Famecos, PUCRS.

Imagens: lsstorch.googlepages.com e teledramaturgia.com.br

terça-feira, 15 de setembro de 2009

História: 106 anos do Grêmio

O dono da bola: fundação do Grêmio


Sem deixar que a paixão clubística me renda, devo lembrar do rival Grêmio que está complando 106 anos hoje.
A quantidade de pessoas que rodeavam o campo da várzea em 7 de setembro de 1903 justificava a curiosidade. Ali se apresentava o team do Sport Club Rio Grande, que chegou a Porto Alegre para fazer uma exibição de foot ball.

Entre os expectadores, Cândido Dias da Silva, que veio de São Paulo para trabalhar na cidade, assistia entusiasmado ao match, com sua bola em baixo do braço. Era o único habitante de Porto Alegre que possuía uma bola de foot ball e, casualmente, no decorrer da apresentação a bola dos rio grandenses furou. Cândido impediu o fim da exibição, emprestando a pelota. Mas para isso, os jogadores teriam que ensiná-lo algumas técnicas do esporte.

Uma semana depois, em 15 de setembro, Cândido e outros 31 rapazes se reuniram no Salão Grau, na rua XV de Novembro. O encontrou resultou na criação do Grêmio Foot Ball Porto Alegrense, que 80 anos mais tarde levantaria a taça de campeão mundial.

*A rua XV de Novembro é a atual José Montaury e o Salão Grau se localizava onde hoje existe a galeria Chaves.

Fonte: gremio.net
Foto: reliquiasdofutebol.blogspot.com

Curiosidade

Jornal mais antigo do mundo

Relationen é o nome do primeiro jornal do mundo, segundo a Associação Mundial de Jornais. Produzido em 1605 e estabelecido em Estrasburgo, então território alemão (hoje, francês), o periódico era editado por Johann Carolus.

As notícias, escritas a mão, eram recebidas através de uma rede de correspondentes de outras cidades, contratada por Carolus. Pesquisadores garantem que as cópias manuscritas circulavam desde 1604 e que o propritário do jornal adquiriu uma prensa naquele ano e, em 1605, começou a distribuir cópias impressas do Relationen.


Fonte: observatorio.ultimosegundo.ig.com.br

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Conto

Texto produzido na disciplia de Produção Jornalística II, na Ulbra. O exercício propunha criar uma história que findasse com vende-se um vestido de noiva. Manequim 46. Sem uso. Tratar com Marinildes, pelo fone...


O vestido de Noiva

Tarde de quinta-feira. Na redação, repórter chegava, repórter saía. Os teclados nervosos dos computadores faziam a trilha sonora para o burburinho que se ouvia. Eu não falava nem escutava. Apenas teclava. O texto que aos poucos foi aparecendo na tela do monitor era sobre a convocação de Kleber, do Internacional, para a Seleção Brasileira. Já estava terminando quando Ariadne, a estagiária da editoria de esportes me interrompeu. Ela acompanhava um motoboy que trazia uma caixa:
– É uma entrega para ti – miou Ariadne com seu jeito meigo e tímido.
– Que isso?
– Seu pedido da Noiva Chique, senhor – disse o motoboy.
– Mas, eu não... – o rapaz colocou a caixa no chão e saiu – não pedi nada, volte aqui. O que é isso?

Não levantei da cadeira para ir atrás do entregador, apenas olhei para Ariadne tentando encontrar resposta. Ela deu de ombros e saiu.
Eu não tinha feito encomenda nenhuma, “que diabos era aquilo?”, pensei. Só podia ser sacanagem do pessoal do jornal. Só podia ser. Mas o que haveria dentro daquela caixa? Deixei minha curiosidade de lado e fui terminar de escrever o texto. Não conseguia. Pensava na caixa que estava ao meu lado. Um vulto parou em frente a mesa. Alfredo. A pessoa mais chata que tinha na redação. Vivia fazendo aquelas piadas sem graça. Não adiantava, quando pegava no pé de alguém, não largava mais. E eu era esse alguém:
– Então Carlão, vai casar com o Raimundão? ­– perguntou. Raimundo era nosso colega da editoria de esportes. Grande figura. Tinha a idade do meu pai. Viu jogar as maiores estrelas do futebol. As sextas, depois do expediente, saíamos com o pessoal da política para beber cerveja e comer batata frita. Depois de alguns copos de chope, Raimundo tentava convencer a todos que na copa de 70, Rivelino só foi titular por ordem de Médici e que foram os militares que escalaram o time do Brasil naquele ano.

Em resposta a Alfredo fiquei quieto, mas me mordendo de curiosidade. “Noiva Chique”, o que será? Vou abrir, mesmo não sendo para mim. Ariadne chamou o Careca e a nossa editora, a Mari. “Ta, é sacanagem”, pensei.
– Vamos, abre logo – disse o Careca, sorrindo. Não dava para voltar atrás. Eu não ia esperar para abrir aquilo em casa. Aliás, nem ia levar aquilo para casa. Vencido, abri. Um vestido de Noiva. Isso mesmo. Claro, Noiva Chique. Só podia ser algo relacionado com noiva.
– Que lindo, Carlos – Mari elogiou ao pegá-lo – Sua noiva tem bom gosto, mas dá azar olhar antes.

Eu não estava noivo, não era meu aquilo. Mas a editora me olhou séria e perguntou se eu não ia convidar os colegas para a cerimônia. Eu disse que estava havendo algum engano, eu não iria me casar. Mas as brincadeiras sobre o assunto se estenderam até o inicio da noite.
Antes de ir embora, passei na sala da Mari e perguntei o que fazer com aquele vestido. Sem fazer brincadeiras, ela disse para deixar ali na redação. Provavelmente alguém apareceria para pegá-lo e nós o devolveríamos para o dono.
A edição de sexta-feira do jornal trazia uma reportagem com um texto horroroso sobre a convocação de Kleber. No meio da tarde vi alguém entrar na sala da Mari e alguns minutos depois sair com a caixa da Noiva Chique nos braços. Fui até lá ver se o vestido tinha voltado para a loja ou entregue ao verdadeiro dono. Mari me disse:
– Carlos, hoje graças a ti, o happy hour é por minha conta – falou pegando o jornal e me indicando, nos classificados, uma notinha que dizia: vende-se um vestido de noiva. Manequim 46. Sem uso. Tratar com Marinildes, pelo fone...