quinta-feira, 31 de maio de 2012

Hermanos

Segura el tchan

Uma pequena nota que li, com displicência, dias atrás, em algum jornal, foi a primeira de uma sucessão de informações sobre o antigo grupo do Tchan. Jamais pensei que eles pautariam minhas reflexões, tampouco me estimulariam a escrever sobre eles. Acontece que depois das várias notícias que tive sobre os integrantes do conjunto baiano, eis que me acontece o fato principal, o real motivo pelo qual – por favor, sem trocadilhos –  fixei o Tchan na minha cabeça:  ouvi o “segura o tchan” no exterior.

Antes que a presunção incontrolada sugira que foi em Paris, Nova Iorque ou Jerusalém, trato de esclarecer que foi ali na Argentina.


Durante um passeio pelo calçadão da Lavalle, em Buenos Aires, a Mayara conferia minuciosamente as vitrinas, enquanto eu, fingindo distração, tentava articular motivos convincentes para não abrir a carteira. A Voluntários da Pátria dos portenhos fervia com o vai-e-vem de turistas brasileiros e com os bordões dos puxadores das casas câmbio – no maior estilo porto alegrense do “corto cabelo, compro ouro e foto na hora”. Paramos na frente de uma loja de calçados, e no passo que minha companheira deliciava-se com as rasteiras e meia-patas, transbordou-me os tímpanos uma música conhecida. Passaria batido se tivesse escutado “Por una cabeza” ou “Mi Bueno Aires querido”, uma vez que esses tangos são comuns lá. Por isso, puxei-a pelo braço e despertando-a da viagem pelo mundo dos sapatos, pedi sua atenção. Dos alto-falantes da loja, saia “segura o tchan, amarra o tchan, tchan, segura o tchan, tchan, tchan”.

Perdi a concentração. Não tive mais espaço nas minhas reflexões para construir o argumento que impediria a Mayara de entrar naquela e em outras lojas, o que resultou em obeliscos e Mafaldas de porcelana para toda parentada. Fiquei com aquilo na cabeça. Mas que diabos que foram desenterrar essa música. E pior que era no local menos provável. Tá certo que a Lavalle é uma rua popular, mas os comerciantes apelarem para um grupo que já fora esquecido há mais de 10 anos no Brasil, é tortura.

Entre essas ruminações que lembrei ter lido uma nota no jornal informando que a primeira morena do Tchan convertera-se evangélica. Lembrei também ter visto a Carla Perez na televisão. E ainda, na mesma semana, alguém introduziu a Sheila Carvalho em alguma conversa. Só lembrei de tudo e juntei essas informações depois do episódio de Buenos Aires.

Será tudo coincidência? Fiquei deverás amedrontado. Arrepio-me só de pensar na hipótese de um retorno do Tchan. Já basta os Telós que surgem às pencas poraí, ter que testemunhar o retorno das músicas bregas do passado, é muito duro. E não posso nem dizer que isso só acontece no Brasil.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Duque de Caxias

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXVIII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Não é por acaso que Luis Alves de Lima e Silva seja chamado de ‘Patrono do Exército Brasileiro’.
  O militar comandou a armada do império em diversas ocasiões, destacando-se na Guerra do Paraguai, quando exerceu o comando-geral dos exércitos da Tríplice Aliança. Com a vitória sobre as tropas de Solano Lopez, recebeu o título nobiliárquico de Duque de Caxias.

As primeiras batalhas que Duque de Caxias participou foram os conflitos durante o processo de independência. Mais tarde lutou nas guerras contra Oribe e Rosas. Chegou ao Rio Grande em 1839 para tentar controlar a Revolução Farroupilha, mas, no mesmo ano, foi nomeado governador do Maranhão e, por lá, abafou a Balaiada. Na ocasião, ganhou o título de Barão de Caxias. Dominou movimentos liberais em São Paulo e Minas Gerais antes de voltar ao Rio Grande. Assumiu como governador do Estado e foi responsável pelas tratativas de paz com os revoltosos gaúchos. Foi homenageado com o título de Conde. Nasceu em 25 de agosto de 1803, no atual município de Duque de Caxias, e esta data é considerado o Dia do Soldado. Morreu em 1880.

Próximos da série:
 XXVIV - Prof. Annes Dias
       XXX - Washington Luís
    XXXI - Engenheiro Luiz Englert

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Padre Thomé

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXVII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre


A história de Thomé de Souza está intimamente ligada à Igreja das Dores. Escolhido Comissário da Ordem Terceira – instituição que administrava a paróquia – em 1822, o sacerdote trabalhou até a sua morte, em 1858, para ver as obras do templo concluídas. Embora não tenha atingido esse objetivo, cumpriu de forma exemplar a missão de administrar a paróquia.

Além dos cargos no Governo da Província – como membro do Conselho Geral e da Assembleia Legislativa – o homem religioso também foi vigário da paróquia de Nossa Senhora Madre de Deus e, desde 1843, Vigário Geral do Rio Grande do Sul.

Fonte: A Igreja de Nossa Senhora das Dores: aspectos históricos, de C.J. Papen.

Próximos da série:
XXVIII - Duque de Caxias
 XXVIV - Prof. Annes Dias
       XXX - Washington Luís

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Osvaldo Aranha

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXVI
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre



Peça chave na Revolução de 1930, Osvaldo Aranha foi um dos principais aliados de Getúlio Vargas. Após o golpe, articulou e assegurou a posse do amigo como presidente. Instalado o governo provisório, assumiu o Ministério da Justiça e, dois anos depois, foi para a pasta da Fazenda. Com vaga na Câmara, deixou o ministério para liderar o processo de elaboração da nova constituição. Ao fim do processo, foi ser embaixador nos Estados Unidos.


Em 1938, já com o Estado Novo implantado, foi nomeado ministro de Relações Exteriores, cargo que deixou em 1944. Três anos mais tarde, integrou a comissão do Brasil na ONU e ocupou a vaga brasileira no conselho de segurança. Naquele 1947, presidiu a primeira Assembleia Geral da ONU e foi indicado ao Nobel da Paz.


Nascido em Alegrete, em 1884, Osvaldo Euclides de Souza Aranha, era formado em Direito pela Faculdade do Rio de Janeiro. Esteve envolvido na política desde o início da década de 1920, mas só ocupou um cargo público em 1927, quando elegeu-se deputado federal. Voltou a ser ministro da Fazenda de Vargas em 1953 e morreu no Rio em 1960.


Fontes: cpdoc.fgv.br e wikipedia.



Próximos da série:
  XXVII - Padre Thomé
XXVIII - Duque de Caxias
 XXVIV - Prof. Annes Dias


terça-feira, 22 de maio de 2012

Zumbi do Túnel da Conceição

No Túnel da Conceição - conta Moacyr Scliar, no seu Mistérios de Porto Alegre - um rapaz costumava andar na direção oposta ao trânsito. E sempre em horários de grande movimento. Numa dessas, inevitavelmente, foi atropelado.

" Tranformou-se em morto-vivo, em zumbi. Vagueia a horas mortas pelo túnel, fazendo gestos obscenos para os motoristas que por ali se aventuram".

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Capitão Montanha

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXV
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Engenheiro e Militar português, Capitão Alexandre José Montanha (n.Lisboa, 1730) foi o responsável por demarcar o traçado inicial de Porto Alegre, chamada à época de Porto de São Francisco. Limitou, a partir desse desenho principal, os lotes distribuídos aos colonizadores Açorianos, que chegaram à localidade.

Também chefiou as obras de construção da primeira edificação que abrigou a Igreja da Matriz. Ainda foi responsável pela demarcação de diversas vilas e construção de fortes e fortalezas no Rio Grande do Sul. De volta à Portugal, morreu em Lisboa, em 1800.


Fontes: Pt.wikipedia.org e fortalezas.org

Próximos da série:
   XXVI - Osvaldo Aranha
  XXVII - Padre Thomé
XXVIII - Duque de Caxias

domingo, 20 de maio de 2012

O goleiro Eurico Lara, do Grêmio foi imortalizado com seu nome no hino do clube.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Alberto Bins

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXIV
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Primeiro prefeito de Porto Alegre nascido na capital gaúcha (em 1869), Alberto Bins teve a história da sua vida dividida entre a política e a indústria. O trabalho no ramo industrial, no entanto, foi o que projetou Bins na política e para onde voltou ao deixar a prefeitura.


Indústria – Desde jovem, Alberto Bins trabalhava. Começou como negociador de ferro bruto. Seu primeiro grande passo foi a compra da fábrica de fogões e cofres Berta, onde pode aplicar o que aprendeu durante dua viajem à Europa. Em seguida tornou-se proprietário da fundição Phenix, que fornecia matéria prima para sua outra empresa. Mais tarde fundou o Centro de Indústria Fabril e participou da fundação da Varig.
Política – A amizade de seu pai com Julio de Castilhos, fez com que Bins se aproximasse do Partido Republicano. Em 1908, foi eleito conselheiro municipal e, de 1913 à 1924, exerceu quatro mantados consecultivos de deputado na Assembléia dos Representantes. Foi eleito vice-intendente na chapa de Otávio Rocha, em 1924, e quatro anos mais tarde assumiu a prefeitura com a morte do titular, sendo, em seguida, eleito para o quadriênio seguinte. A Revolução de 1930, porém, o fez permanecer no cargo até 1937, quando Getúlio Vargas decretou o Esatdo Novo.

Prefeitura
 – Destacou-se por dar continuidade às obras do seu antecessor Otávio Rocha, principalmente no plano viário. Foi o organizador da Exposição do Centenário Farroupilha, que de acordo com o historiador Sérgio da Costa Franco (no Guia Histórico de Porto Alegre), marcou época na história da cidade. Com o golpe de 1937, Bins afastou-se da política, dedicando-se, novamente, à indústria. Morreu em 1957.
 
Fontes:
Guia Histórico de Porto Alegre, de Sérgio da Costa Franco, Editora Ufrgs
pt.wikipedia.org
Foto: palegre.com

Próximos da série:
    XXV - Capitão Montanha
   XXVI - Osvaldo Aranha
XXVII - Padre Thomé

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Gen. Bento Martins

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXIII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Revolução Farroupilha, Guerra contra Rosas e Guerra do Paraguai são as principais campanhas registradas no currículo de Bento Martins de Meneses. A destacada atuação do General nas batalhas contra o exército de Solano Lopez, entre 1964 e 1970, rendeu-lhe o título de Barão de Ijuí.

Nascido em Cachoeira do Sul, em 1818, Bento Martins morreu em Uruguaiana, em 1881.

Fonte:
Sfreinobreza.com
Wikipedia

Próximos da série:
 XXIV - Alberto Bins
   XXV - Capitão Montanha
 XXVI - Osvaldo Aranha

terça-feira, 8 de maio de 2012


Susto no ladrão

Oddone Greco foi o maior autor de trotes que Porto Alegre conheceu. São tantas as peripécias desse personagem ímpar, que eu poderia ocupar este espaço somente com as histórias contadas sobre ele. Eis um exemplo:

Numa das viagens dos seus pais – família de tradição em Porto Alegre – Oddone ficou sozinho no casarão em que morava, na avenida Independência. Ao voltar para casa, certa noite, percebeu um sujeito na espreita. Provavelmente um ladrão.

Oddone não perdeu a oportunidade. Logo que entrou, desligou a chave geral da luz. No escuro, ligou todos os aparelhos elétricos que havia na casa, inclusive o rádio no volume máximo, e ficou de tocaia. Com as luzes apagadas, o gatuno não demorou a entrar.

No primeiro passo que o bandido deu dentro da casa, Oddone reestabeleceu a energia elétrica, dando funcionamento a todos os aparelhos. Não é difícil imaginar o mau elemento que o sujeito levou. 

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Borges de Medeiros

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Governador gaúcho que permaneceu mais tempo no cargo, Antônio Augusto Borges de Medeiros foi chefe do executivo estadual por 25 anos. Sucessor de Júlio de Castilhos – tanto no governo, quanto na liderança do PRR – Borges foi fiel à doutrina Castilhista, versão rio grandense do Positivismo. Coube a ele, após a morte de Júlio de Castilhos, dar sequência a aplicação da ideologia no estado, tarefa que cumpriu rigorosamente por longo período.

Assumiu o governo gaúcho pela primeira vez em 1898, passou o cargo para Carlos Barbosa – também do PRR – em 1909, mas retornou em 1913. Em 1923 foi eleito pela quinta vez. O continuísmo, porém, irritou a oposição, que fez estourar a Revolução de 1923. Ao final do conflito, Borges pode terminar aquele mandato, mas impedido de tentar mais uma reeleição.
Em 1928 fez seu sucessor: Getúlio Vargas. Dois anos mais tarde, recusa de concorrer à presidência em favor de Vargas. Perdida a eleição, apoiou a Revolução de 1930 contrariado. Em 1932, foi favorável a Revolução Constitucionalista, fato que impulsionou sua candidatura contra Vargas nas eleições de 1934. Com a extinção dos partidos, após o golpe de 1937, retirou-se da política.

Era formado em Direito e morreu em 1961, em Porto Alegre.

Fonte: pt.wikipedia.org e cpdoc.fgv.br

Próximos da série:
XXIII - Gen. Bento Martins
 XXIV - Alberto Bins
   XXV - Capitão Montanha

domingo, 6 de maio de 2012

sexta-feira, 4 de maio de 2012

Praça Montevidéu


A praça das pombas

Praça Montevidéu, em 2010, com destaque para Fonte Talavera.
Há quem defenda a extinção das pombas da Praça Montevidéu, alegando que as pequenas aves são foco de doenças. Há, por outro lado, quem goste tanto delas, que aproveitam o passeio das crianças para dar comida aos gordos e acinzentados pássaros que vivem no local. São as pombas, sem dúvidas, uma das marcas registradas da praça Montevidéu.

O logradouro que defronta o Paço Municipal tem com atrativo também a Fonte Talavera. O ornamento azulejado foi instalado e inaugurado no centro da praça em 1935, um presente da colônia espanhola por ocasião do centenário da Revolução Farroupilha. Antes que essa bela escultura, entretanto, enfeitasse o local, já estava ali outra admirável obra de arte, a Fonte Samaritana, desde 1927. Para a inauguração desse primeiro monumento, o prefeito Otávio rocha ordenou o embelezamento do espaço. Na reforma, o jardim ganhou o atual traçado de elipse que conhecemos.

Para retornar ao início da história desse logradouro, é preciso viajar ao século 19. Já em 1810, a Câmara Municipal mostrava interesse em construir uma praça no local. Problemas burocráticos, todavia, foram adiando a ideia. É o caso da banca de peixe que estava sendo projetada por volta de 1830, mas rechaçada pela Câmara Municipal em favor da praça. Pouco depois foi o Governo da Província que queria utilizar o terreno para construir um prédio para o Liceu, mas como lembra Sérgio da Costa Franco (no Porto Alegre: guia histórico, Ufrgs), o executivo provincial se mostrou favorável a construção da praça: 

A praça, na segunda metade da década
de 1930, já com a fonte Talavera

“O presidente era Caxias, indefectível amigo da cidade e, por ofício de 29/01/1846, declarou que expedira ordens para suspender a obra do Liceu”.

Ainda assim, o início das desapropriações se deu lá em 1855. Ao fim desse processo, 1858, nada mais foi realizado. Somente com a construção do Paço Municipal – inaugurado em 1901 – que o local recebeu atenção e já era chamado de Praça Municipal.

O marco zero do município também está localizado ali, em frente à prefeitura, à fonte e sob o pairar das pombas.


Fotos: 1) João Fiorin/PMPA. 2) Crédito na própria foto.

General Lima e Silva

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXI
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Membro de uma das mais importantes famílias do Império, Luís Manuel de Lima e Silva foi comandante da Guarda Nacional em Porto Alegre. Nascido em 1806, no Rio de Janeiro,  era filho do Comendador da Ordem de Ávis, José Joaquim de Lima e Silva; irmão do regente Francisco de Lima e Silva; e sobrinho de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias.

Como militar participou da Guerra Cisplatina. Ao fim da disputa, principiou a carreira de escritor. Foi autor de Guerra com as Províncias Unidas do Rio da Prata. Morreu em 1873, em Porto Alegre.

Próximos da série:
  XXII - Borges de Medeiros
XXIII - Gen. Bento Martins
 XXIV - Alberto Bins

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Mauá

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XX
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Em uma história que se confunde com a do império, a vida de Irineu Evangelista de Sousa é marcada pelo pioneirismo. E essa marca só pôde ser atingida mediante muito trabalho, desde que deixou Arroio Grande (RS), ainda na infância, começou a trabalhar no comércio do Rio de Janeiro.

Seu primeiro empreendimento foi uma empresa de fundição, em Niterói, que transformou num estaleiro. Aproveitou para aplicar seu ideal abolicionista, libertando os escravos da empresa e contratando-os como funcionários. O lucro do estaleiro motivou Irineu a ganhar dinheiro sobre esse capital. Assim, foi fundador de diversos bancos. Destacam-se o segundo Banco do Brasil e o Banco Mauá, que se alastrou pelo mundo, com filiais em Londres, Paris e Nova York, além, naturalmente, das principais capitais brasileiras.

O grande empreendimento de sua biografia, todavia, se deu na década de 50 do século 19. Irineu deu inicio, na época, a construção da primeira estrada de ferro do país, que, no projeto inicial, ligaria o Rio a Minas Gerais. Na inauguração, em 1854, Irineu recebeu de Dom Pedro II o título de Barão do Mauá, nome do local onde a ferrovia começava. Também ajudou na construção da estrada de ferro Olinda-Recife e Santos Jundiaí.

Ainda foi deputado federal pelo Rio Grande do Sul e foi condecorado com o título de Visconde. Morreu em 1889, aos 76 anos.

Fontes: pt.wikipedia.org
Mauá: Imperador do Brasil, Jorge Caldeira, Companhia das Letras
Guia Histórico de Porto Alegre, de Sérgio da Costa Franco, Editora Ufrgs

Próximos da série:
    XXI - Gen. Lima e Silva
  XXII - Borges de Medeiros
XXIII - Gen. Bento Martins

terça-feira, 1 de maio de 2012


Protesto de Dyonélio

Quem conta essa é José Otávio Bertaso, no seu A Globo da Rua da Praia.

Dyonélio Machado aparecia volta e meia na Livraria do Globo para verificar a o andamento da edição do seu primeiro romance, Os Ratos. Sempre reclamava para Erico Verissimo, que coordenava a edição, da demora da editora.

Quando descia da sala de Erico, Dyonélio parava na tipografia da editora, subia em um tamborete e começava eloquente discurso em favor dos trabalhadores da empresa. Estimulava os funcionários a fazerem greve por salários melhores, o que causava, naturalmente, pausa no serviço. Quando José Bertaso descobriu, expulsou pessoalmente Dyonélio da tipografia e proibiu a entrada do escritor naquele setor.

Quando tornou a reclamar para Erico da demora da edição, recebeu como resposta:
- O pessoal está de greve, seguiram teu conselho.