sexta-feira, 4 de maio de 2012

Praça Montevidéu


A praça das pombas

Praça Montevidéu, em 2010, com destaque para Fonte Talavera.
Há quem defenda a extinção das pombas da Praça Montevidéu, alegando que as pequenas aves são foco de doenças. Há, por outro lado, quem goste tanto delas, que aproveitam o passeio das crianças para dar comida aos gordos e acinzentados pássaros que vivem no local. São as pombas, sem dúvidas, uma das marcas registradas da praça Montevidéu.

O logradouro que defronta o Paço Municipal tem com atrativo também a Fonte Talavera. O ornamento azulejado foi instalado e inaugurado no centro da praça em 1935, um presente da colônia espanhola por ocasião do centenário da Revolução Farroupilha. Antes que essa bela escultura, entretanto, enfeitasse o local, já estava ali outra admirável obra de arte, a Fonte Samaritana, desde 1927. Para a inauguração desse primeiro monumento, o prefeito Otávio rocha ordenou o embelezamento do espaço. Na reforma, o jardim ganhou o atual traçado de elipse que conhecemos.

Para retornar ao início da história desse logradouro, é preciso viajar ao século 19. Já em 1810, a Câmara Municipal mostrava interesse em construir uma praça no local. Problemas burocráticos, todavia, foram adiando a ideia. É o caso da banca de peixe que estava sendo projetada por volta de 1830, mas rechaçada pela Câmara Municipal em favor da praça. Pouco depois foi o Governo da Província que queria utilizar o terreno para construir um prédio para o Liceu, mas como lembra Sérgio da Costa Franco (no Porto Alegre: guia histórico, Ufrgs), o executivo provincial se mostrou favorável a construção da praça: 

A praça, na segunda metade da década
de 1930, já com a fonte Talavera

“O presidente era Caxias, indefectível amigo da cidade e, por ofício de 29/01/1846, declarou que expedira ordens para suspender a obra do Liceu”.

Ainda assim, o início das desapropriações se deu lá em 1855. Ao fim desse processo, 1858, nada mais foi realizado. Somente com a construção do Paço Municipal – inaugurado em 1901 – que o local recebeu atenção e já era chamado de Praça Municipal.

O marco zero do município também está localizado ali, em frente à prefeitura, à fonte e sob o pairar das pombas.


Fotos: 1) João Fiorin/PMPA. 2) Crédito na própria foto.

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