Protesto de Dyonélio
Quem conta essa é José Otávio Bertaso, no seu A Globo da Rua
da Praia.
Dyonélio Machado aparecia volta e meia na Livraria do Globo para verificar a o andamento da edição do seu primeiro romance, Os Ratos. Sempre reclamava para Erico Verissimo, que coordenava a edição, da demora da editora.
Quando descia da sala de Erico, Dyonélio parava na tipografia da editora, subia em um tamborete e começava eloquente discurso em favor dos trabalhadores da empresa. Estimulava os funcionários a fazerem greve por salários melhores, o que causava, naturalmente, pausa no serviço. Quando José Bertaso descobriu, expulsou pessoalmente Dyonélio da tipografia e proibiu a entrada do escritor naquele setor.
Quando tornou a reclamar para Erico da demora da edição, recebeu como resposta:
- O pessoal está de greve, seguiram teu conselho.
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