terça-feira, 4 de setembro de 2012


Autoritarismo

Athur de Faria lembra, no seu História da Música de Porto Alegre (publicado em capítulos no Sul 21), um fato curioso sobre a política do nosso estado. No capítulo que resgata a história do músico Octávio Dutra, o autor transcreve uma carta publicada no jornal A Época, que denunciava o autoritarismo castilhista.
O sr. Ubaldo Porto foi demitido, já dissemos, por ter votado no dr. Fernando Abbott: e o seu substituto foi escolhido, com o maior desrespeito aos direitos adquiridos dos candidatos classificados, (…) simplesmente por ter votado abertamente no novo dictador do Rio Grande. Na vaga aberta com a demissão (…) foi nomeado Octavio Dutra, que não havia feito concurso.

Octavio Dutra não teria assumido o cargo, mas o fato demonstra com exatidão como era a política gaúcha nos tempos de Júlio de Castilhos e Borges de Medeiros.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Coruja nasceu em Porto Alegre,
em 31 de agosto de 1806
Coruja: pioneiro nas pesquisas da História do RS

Este blog homenageia essa figura ímpar da nossa história com o nome Antigualha, variação do seu famoso trabalho Antigualhas

Mais um dia de frio em Porto Alegre. Mais uma aula de latim do Padre Thomé. O pequeno Antônio saiu de casa encolhido sob o novo casaco que ganhara para o seu primeiro dia na classe. Quando o jovem entrou na sala, um colega não perdeu a oportunidade de fazer chacota. “Parece uma coruja”, sentenciou, apontando para Antônio que envergava seu novo agasalho num tom que ele mesmo descreve como de burro quando foge. Daquele dia em diante, para os colegas, Antônio, passou a ser o Coruja.

Esta é a história que da origem ao apelido do ilustre porto alegrense Antônio Álvares Pereira.

Com o apelido agregado ao nome, Antônio inseriu-se na história da capital gaúcha. Oficializou o Antônio Álvares Pereira Coruja, inclusive, tendo sido adotado também pelo seu irmão.

E a alcunha não foi a única herança que levou da aula do Padre Thomé. Embora estudasse para seguiu a carreira eclesiástica, como queria a família, Coruja preferiu seguir os passos do mestre em outro ramo: o magistério. Foi lecionando tanto no ensino público como privado, que conseguiu atingir grande prestígio na cidade.

Aproveitando a boa reputação adquirida na sociedade porto alegrense, candidatou-se a uma vaga na Assembleia Provincial, em 1835. Terminado o pleito como suplente, logo foi alçado a uma cadeira no parlamento gaúcho.

O cenário político do Rio Grande estava agitado naqueles dias em que Coruja começou a exercer o mandato como deputado. O grupo de estancieiros liderado por Bento Gonçalves reclamava dos tributos cobrados pelo Império na produção do charque e, em consequência dessa reivindicação, estourou a Revolução Farroupilha. Coruja, por questão de justiça, posicionou-se ao lado dos revoltosos, o que lhe custaria caro. Com a vitória imperial em Porto Alegre, teve que deixar a cidade.

No Rio de Janeiro, Coruja voltou a fazer aquilo que melhor sabia: ensinar. Fundou o Liceu Minerva, que lhe rendeu boa fortuna. Os bons resultados do seu colégio o impulsionou a expandir seus negócios. A primeira tentativa foi em 1960, quando tentou abrir uma companhia de seguros mal sucedida. Em 1879, fundou a Caixa Depositária Sociedade Glória do Lavradio. Uma confusão histórica fez com que, por muito tempo, se acreditasse que o gaúcho fosse o fundador da Caixa Econômica Federal. Tal distorção já havia sido esclarecida, mas recentemente um erro da própria Caixa levou o fato à mídia. Na comemoração dos 150 anos do banco federal, divulgou-se não só que o Coruja havia sido o fundador da instituição como mentiram quanto a origem do nome do professor.

E a versão errônea a respeito do apelido Coruja é gerada justamente a partir da falência da Caixa fundada pelo porto alegrense, que jamais teve qualquer ligação com a sesquicentenária Caixa que conhecemos. Quando a sua instituição financeira quebrou, Coruja sentiu tanta vergonha do fracasso a ponto de considerar-se desonesto e não sair mais a rua durante o dia. Tentaram utilizar esse fato como motivo para seu apelido, o que não é verdade, uma vez que o próprio Coruja esclareceu a origem, ao relatar a história do casaco.

Morreu pobre, em 4 de agosto de 1889, tendo passado os últimos anos da sua vida recebendo ajuda de estudantes gaúchos e morando num quarto emprestado. Mesmo assim deixou herança valiosa. Claro que não foi em dinheiro. Tampouco para seu único filho, conhecido por Comendador Coruja Filho, que faleceu antes do pai. O grande legado de Coruja foram seus estudos da história do Rio Grande do Sul, que serviu de impulso para todos os pesquisadores posteriores.

Desde que entrou no Instituto de História e Geografia do Brasil começou suas investigações sobre a nossa história. Utilizou a revista do Instituto para publicar muitos dos seus estudos sobre o tema como, por exemplo, Coleção de vocábulos e frases usadas na província de São Pedro do Rio Grande do Sul e Anno Histórico Sul-Rio-Grandense. Sua publicação mais importante, todavia, foi a seção Antigualhas no antigo Jornal do Comércio, que mais tarde seria editada como livro. As Antigualhas foram fruto da interminável pesquisa de Coruja e resgatou grandes fatos e personagens do Rio Grande do Sul.

Dr. Sebastião Leão, ao escrever sobre Coruja no seu Datas Riograndenses, destaca o pioneirismo do historiador e o homenageia, assinando a obra com o pseudônimo Coruja Filho. “Coruja foi um investigador paciente, um simples cronista apaixonado, e , como tal, deixou publicações esparsas, que serão sempre manuseadas com proveito. Deixou-nos um belo exemplo de dedicação, sendo o primeiro dos seus filhos que lembrou a urgência de ser escrita a história do estado, partindo do princípio de que um povo sem história é uma nacionalidade sem razão de ser na humanidade.

quarta-feira, 29 de agosto de 2012


Venda aos prantos

Entre os personagens ilustres do passado de Porto Alegre, esteve Maria Chorona. Tratava-se de uma vendedora de balas que insistia aos prantos para que os transeuntes da Rua da Praia comprassem suas guloseimas. E dava certo. O choro da vendedora convencia os porto alegrenses, que sempre a ajudavam.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Aporely e a Globo

Quando deixou Porto Alegre para morar no Rio, Aporely foi à redação do jornal O Globo atrás de emprego. Irineu Marinho (pai de Roberto Marinho), sem conhecê-lo, perguntou de cara:

– O que o senhor veio fazer aqui?


Aporely, que não perdia o senso de humor e sarcasmo, atirou:


– Tudo. De varrer a redação a dirigir o jornal. Creio que não ter haver muita diferença.


Foi contratado na hora

domingo, 19 de agosto de 2012

Ruas antigas

Mais um vídeo da série Conheça sua Cidade, do SBT-RS. Hoje: os nomes antigos das ruas de Porto Alegre.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Há 35 anos (1977) morria em Memphis, Estados Unidos, Elvis Aaron Presley, o Rei do Rock. No vídeo, interpretando Hound Dog. A dança mostra o porquê da alcunha 'Elvis, The Pelvis".

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Indústria


O chocolate mais antigo do Brasil

A Neugebauer foi fundada em Porto Alegre, em 1891

Quando deixou sua pátria em 1888, o confeiteiro alemão Franz Neugebauer tinha o mesmo objetivo que todos os imigrantes europeus que estavam chegando na América: liberdade e oportunidade. Chegou em Porto Alegre num momento em que o Império estava insustentável para Dom Pedro II, tanto que um ano mais tarde foi proclamada a república. Ignorando a turbulência política, o forasteiro encontrou uma brecha onde poderia desenvolver seu trabalho: a indústria do chocolate. Embora o Brasil fosse, já fazia um século, um dos grandes produtores de cacau, não havia sequer uma fábrica de chocolates no país.

Franz - que contava com a ajuda do seu irmão Max - aproveitou então o incentivo do governo gaúcho para a ampliação da indústria local e comprou um prédio para instalar a sede da sua fábrica de chocolates. Já havia também contatado seu outro irmão Ernest e o convenceu a se especializar na Europa antes de vir para o Brasil. Para garantir estabilidade financeira da empresa, os irmãos Neugebauer associaram-se ao amigo Fritz Gerhardt e, em 17 de setembro de 1891, iniciaram as atividades da Neugebauer Irmãos & Gerhardt.

O sucesso exigiu que o negócio fosse expandido e no início do novo século, a Neugebauer já estava instalada na dua tradicional sede do bairro Navegantes. Nesta época, Gerhardt havia deixado a sociedade e com o falecimento de Max e Franz, Ernest assumiu o controle da empresa. Desta forma, a empresa venceu as turbulências econômicas do país de do mundo e atravessou quase todo o século 20 sólida, sob a direção da família Neugebauer. Nos últimos trinta anos, a empresafoi controlada primeiro pelo Grupo Fenícia, passando pela Parmalat, Florestal e atualmente pertence à Vonpar. A marca continua sendo usada e mantém a produção dos tradicionais Amor Carioca, Refeição e Stikadinho.

Abaixo, a evolução da logomarca desde a fundação:


domingo, 12 de agosto de 2012

Colégio dos presidentes

Oito é o número de presidentes do Brasil que estudaram no Colégio Militar de Porto Alegre.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Andradas


Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XLIV (final)
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

A principal rua de Porto Alegre não homenageia apenas uma, mas três figuras ilustres da história do Brasil. São eles os irmãos José Bonifácio de Andrada e Silva (n.1763), Antônio Carlos Ribeiro de Andrada Machado e Silva(1773) e Martim Francisco Ribeiro de Andrada (1775). Nascidos em Santos, os três irmãos formaram-se em Coimbra, sendo o primeiro em Direto, Matemática e Filosofia, o segundo em Direito e Filosofia e o outro em Matemática e Filosofia. Foram membros da Assembleia Constituinte e estiveram à frente da luta pela independência.

O empenho de José Bonifácio para separar o Brasil de Portugal foi tamanho que é chamado pelo epíteto ‘Patriarca da Independência’. Auxiliou Dom Pedro a manter a unidade do Império até que rompeu com o monarca brasileiro e foi demitido do Ministério. Exilou-se na França, mas no final do primeiro reinado voltou ao Brasil e, quando Dom Pedro abdicou, tornou-se tutor do futuro imperador. Em 1833 foi demitido pelo governo da Regência. Morreu em 1848, em Niterói. Andrada Machado morreu no Rio, em 1845, e Martim Francisco morreu em Santos, em 1844.

terça-feira, 31 de julho de 2012

Burro na faculdade

Numa época em que o terreno da Faculdade de Direito de Porto Alegre ainda não era cercado, aconteceu um episódio pitoresco.

Um burro entrou no jardim da academia e estava pastando no local. Um professor, ao ver o animal, chamou o auxiliar:


- Tire logo esse burro daqui, se não, em cinco anos vai receber o diploma e ser bacharel.

domingo, 29 de julho de 2012

Viaduto Otávio Rocha

Obra revolucionária no sistema viário da Porto Alegre do início do século 20, o viaduto Otávio Rocha, também conhecido por Viaduto da Borges, se destaca pela arquitetura.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Loureiro da Silva


Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XLIII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Quando projetada a avenida Farrapos, Loureiro da Silva foi bastante questionado porque exigia a construção de uma via larga. Para a época, parecia um exagero. Mas Loureiro era um homem a frente do seu tempo e a Farrapos era uma obra para o futuro. Com iniciativas como a construção da Farrapos, que o descendente de Jerônimo de Ornelas se tornou um dos prefeitos mais celebrados de Porto Alegre.

Da sua primeira passagem pelo paço (1937-1943), destacaram-se obras como a coma a abertura das avenidas Salgado Filho e Jerônimo de Ornelas, o ajardinamento do parque Farroupilha, a canalização do arroio dilúvio e a pavimentação da avenida Ipiranga. Na sua segunda administração (1960-1964), não realizou obras tão notáveis, mas cumpriu a missão de sanar as finanças de Porto Alegre.

Nascido em Porto Alegre, em 1902, José Loureiro da Silva era urbanista. Foi prefeito de Gravataí antes de assumir a administração de Porto Alegre. Morreu em 1964, seis meses após deixar a prefeitura, vítima de um derrame cerebral.


Na próxima semana, encerramos a série com o capítulo sobre os irmãos Andradas.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Mandatos relâmpago

Os prefeitos que permaneceram menos tempo no cargo

Publiquei, na semana passada, a lista dos oito prefeitos de Porto Alegre que permaneceram no cargo por mais tempo. Hoje, inverto a ordem. Arrolei os oito governantes que por menos tempo foram prefeitos da capital gaúcha.

José Antônio Aranha mal conheceu o Paço e entregou o cargo com apenas um mês e 15 dias, mas isso porque o vereador era presidente da Câmara e assumiu quando Elyseu Paglioli renunciou. Deixou o cargo logo em seguida para o eleito Ildo Meneghetti.

Outro mandato-relâmpado foi de Renato Souza que só governou por um mês e 26 dias. Ele assumiu a prefeitura na qualidade de presidente da Câmara, mas sua entrada e saído do Paço fez parte das manobras políticas da ditadura.

Confira a lista dos prefeitos que por menos tempo permaneceram no cargo em Porto Alegre desde a criação do cargo.

1. José Antônio Aranha - 1 mês e 15 dias, em 1951
2. Renato Souza - 1 mês e 26 dias em 1965
3. Ludolfo Boehl - 2 meses 10 dias, em 1954
4. Martin Aranha - 2 meses e 29 dias, em 1955
5. Ivo Wolf - 3 meses e 13 dias, em 1945 e 1946
6. Conrado Rigel Ferrari - 4 meses 8 dias, em 1946 e 1947
7. Manuel Osório da rosa - 4 meses e 18 dias, em 1954 e 1955
8. Sereno Chaise - 5 meses e 8 dias, em 1964

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Otávio Rocha

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XLII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Conhecido como o “Reformador de Porto Alegre”, Otávio Rocha marcou o seu tempo por transformar a paisagem urbana da cidade. Após o mandato de 27 anos de José Montaury – marcado pela falta de iniciativa no que se refere a obras – Porto Alegre ansiava por renovação. O Partido Republicano, atento a isso e pressionado pela oposição após a Revolução de 1923, indicou Otávio Rocha para a eleição.

Na prefeitura, que assumiu em 1924, resgatou os projetos do Plano Maciel, de Melhorias Urbanas. Iniciou obras como a abertura da avenida Borges de Medeiros, o alargamento o pavimentação da avenida Otávio Rocha e a construção do viaduto que mais tarde foi batizado com o seu próprio nome. Neste período diversas ruas foram alargadas e pavimentadas, becos foram transformados em terrenos ou ruas e praças foram urbanizadas.

Seu trabalho como prefeito do progresso foi interrompido no auge. No quarto ano do seu mandato, em fevereiro de 1928 – após um mês licenciado – morreu, vítima de uma úlcera gástrica. Antes de ser prefeito, Otávio Rocha foi deputado estadual e federal. Formado em Engenharia, seguiu carreira militar até sua primeira eleição, em 1909. Também foi redator da Federação.

Próximos da série:
XLIII - Loureiro da Silva
XLIV (último) - Andradas

terça-feira, 24 de julho de 2012


De olho na garrafa

No início do século XX, a música porto alegrense contou o com o talento de Arthur Elsner. O percussionista cego tinha que compensar a falta de visão e, por meio da música, desenvolveu aguçada sensibilidade da audição. Contam que, nos bailes, sempre surgia um malandro que tomava a cerveja de Arthur enquanto ele tocava. O músico, no entanto, tinha uma técnica para conferir se era ludibriado. Ele estalava o dedo no gargalo da garrafa cheia e ouvia uma nota musical, quando ele estalava o dedo no gargalo da garrafa pela metade, ouvia outra nota e sabia que haviam roubado a bebida.

domingo, 22 de julho de 2012

Urna do Tempo

Com as eleições chagando, nada melhor que recordar momentos marcantes dos pleitos de outras épocas. O blog Urna do Tempo, da  editoria de Política da ZH é um interessante canal para quem quer relembrar as disputas eleitorais do passado em Porto Alegre. Para acessar, clique aqui.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Caldas Júnior

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XLI
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Em uma época em que o jornalismo partidário predominava no Rio Grande do Sul, Francisco Antônio Vieira Caldas Júnior (n.1868) fundou o independente Correio do Povo. O ano era 1895 e o jovem botava em prática a ideia de fazer jornalismo com isenção partidária. Inaugurou, com isso, a imprensa informativa-empresarial. Não demorou para que o Correio se tornasse a maior publicação do Rio Grande do Sul. Já em 1899 era o jornal de maior circulação do estado.

Embora não gostasse dos castilhistas, Caldas Júnior suportou as criticas do governo, por meio do jornal oficial A Federação e não respondeu as hostilidades verbais. Foi cogitado, inclusive, a candidato da oposição no pleito de 1912 para a prefeitura de Porto Alegre. Mas recusou-se e José Montaury reelegeu-se sem adversários mais uma vez.

Em 1913, com o seu jornal consolidado, tomou um remédio que prometia renovar o sangue. Vítima de uma overdose, morreu. Seu legado foi seguido, primeiro, pela viúva, Dolores Alcaraz Caldas, depois, pelo filho Breno, que transformou a empresa numa das maiores potências jornalísticas do Brasil.

Fonte: Um século de poder: os bastidores da Caldas Júnior, de Walter Galvani.

Próximos da série:
XLII - Otávio Rocha 
XLIII - Loureiro da Silva
XLIV (último) - Andradas

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Mandatos eternos

Os prefeitos que permaneceram mais tempo no cargo

A alternância do poder proporcionada pela democracia dificulta a permanecia de um único mandatário por longo período em cargos do poder executivo. Houve um tempo, todavia, que o mandatário permanecia por longa data no cargo. No governo do Rio Grande do Sul, por exemplo, a eleição para o quinto mandato de Borges de Medeiros desencadeou a Revolução de 1923. A hegemonia do partido de Borges, o PRR, no estado também refletiu na prefeitura de Porto Alegre. José Montaury permaneceu tanto tempo no Paço Municipal que ganhou o apelido de Intendente Eterno*. Depois dele não houve absurdos. Os prefeitos ficaram próximos a uma média considerada sensata. Pouquíssimos atingiram os oito anos permitidos atualmente.

* até a Revolução de 1930, os prefeitos eram chamados de intendentes.

Confira a lista dos prefeitos que por mais tempo permaneceram no cargo em Porto Alegre desde a criação do cargo.

1. José Montaury (15/03/1897 - 15/10/1924) 27 anos e 7 meses

Fiel ao pensamento Positivista, José Montaury de Aguiar Leitão foi indicado pelo próprio Júlio de Castilhos para a prefeitura. Venceu sete eleições, sendo que em apenas duas enfrentou adversários. Era considerado extremamente conservador e sem falta de inciativa, inclusive por colegas de partido. Entre suas realizações estão a ampliação da rede de esgotos e implantação do serviço de primeiros-socorros e da guarda municipal.

2. José Loureiro da Silva (22/10/1937 - 15/09/1943 e 1/01/1960 - 1/01/1964) 9 anos, 10 meses e 24 dias

José Loureiro da Silva principiou seu mandato junto com o Estado Novo. Aproveitando o apoio de Vargas, cumpriu o papel de urbanizador, revolucionando o cenário de Porto Alegre. Entre duas obras estão a construção das avenidas Farrapos e Salgado Filho. Em eleição direta, voltou ao Paço em 1960. Nesse retorno, foi mais modesto nas obras, já que teve que resolver os problemas financeiros do município.

3. Alberto Bins (27/02/1928 - 22/10/1937) 9 anos, 7 meses e 25 dias

Vice do visionário Otávio Rocha, Alberto Bins assumiu a prefeitura quando seu titular morreu. Teve como principal missão dar continuidade as obras do seu antecessor, que buscava reorganizar o sistema viário de Porto Alegre. Um dos símbolos dessa transformação urbana é a construção da Avenida Borges de Medeiros e do viaduto Otávio Rocha. Alberto Bins ainda foi responsável pela organização da exposição do Centenário da Revolução Farroupilha, em 1935.

4. Guilherme Sociais Villela (8/04/1975 - 8/04/1983) 8 anos
5. Telmo Thompson Flores (31/03/1969 - 8/04/1975) 6 anos, 8 dias
6. Tarso Genro (1/01/1993 - 1/01/1997 e 1/01/2001 - 4/04/2002) 5 anos, 4 meses e 4 dias
7. José Fogaça (1/01/2005 - 30/03/2010) 5 anos, 3 meses e 30 dias
8. Ildo Menaghetti (15/07/1948 - 1/02/1951 e 1/01/1952 - 3/07/1954) 5 anos, 1 mês, 4 dias

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Coronel Fernando Machado

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XL
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Para muitos militares brasileiros a Guerra do Paraguai foi a oportunidade de ascender na carreira e atingir a glória. Nem todos, entretando, puderam disfrutar das honrarias da vitória sobre as tropas de Solano Lopez. É o caso do Coronel Fernando Machado de Sousa, que combateu em diversas batalhas da Guerra do Paraguai. Em sua disputa derradeira, todavia, foi mortalmente ferido. Era a batalha de Itororo, em 1868.

Nascido em Florianópolis, em 1822, Fernando Machado ainda combateu os farroupilhas no Rio Grande do Sul e em Laguna. Também foi comandante das armas do Paraná, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Rio Grande do Sul.
Próximos da série:   
    XLI - Caldas Júnior
  XLII - Otávio Rocha
XLIII - Loureiro da Silva

Confeitaria Rocco

Exemplo de preservação histórica

Como escrevi aqui há alguns dias, é realmente importante para o patrimônio do município a iniciativa da prefeitura de preservação e promoção da antiga Confeitaria Rocco. Entendendo com mais profundidade a necessidade desse ponto de importância histórica, arquitetônica e cultural para a cidade, o executivo municipal desapropriou o prédio e exige, ao vencedor da concorrência, que seja aberta uma confeitaria com o nome Rocco no térreo do edifício.

Espera-se que o novo estabelecimento remonte o ambiente de requinte que a confeitaria apresentava no passado, ao estilo do agradabilíssimo Café Tortoni, de Buenos Aires.

A decisão que está sendo tomada a favor do patrimônio porto alegrense é, repito, de grande valor. Há diversos casos em que só com intervenção desse magnitude para, de fato, preservar a história e cultura. E, neste caso, sem extravagância de gasto público, já que terá retorno certo em pouco tempo. Com isso, é possível acreditar na preservação da história. É possível acreditar na verdadeira revitalização do Centro Histórico.

terça-feira, 17 de julho de 2012

Ataque a ilha da Pintada, na Legalidade


Nos primeiros dias da Campanha da Legalidade, o Rio Grande do Sul ainda não estava unido pela mesma causa e o Comando do Exército na região Sul ameaçava o grupo revoltoso de Brizola.

Na ocasião, o governador havia requisitado a rádio Guaíba para mobilizar o povo gaúcho e os militares queriam destruir os transmissores da rádio que se localizava na Ilha da Pintada.


Flávio Tavares no seu 1961: o golpe derrotado recorda que o técnico da Guaíba Celso Costa tinha ido ao local para retirar os funcionários da rádio. Num bosque, a trezentos metros dos transmissores, viu um caminhão lotados de soldados armados. Parou o carro e gritou: "lá está cheio de metralhadoras. Se vocês se aproximarem vão morrer". O técnico recorda que os militares eram todos jovens e alguns começaram a chorar.


Como a história conta, não houve ataque aos transmissores da Guaíba, na Ilha da Pintada.

domingo, 15 de julho de 2012

Igreja das Dores

Confira nesta reportagem exibida em 2008 pelo SBT-RS a história do templo mais antigo de Porto Alegre, que guarda lendas e mistérios, além de uma bela arquitetura e arte.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Senador Salgado Filho


Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXXIX
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Estava tudo favorável à eleição de Salgado Filho em 1950. Afastou-se do Senado para ser o candidato do PTB ao governo do Rio Grande do Sul. Quando Salgado Filho embarcou no bimotor Lodstar naquele 30 de julho de 1950, a campanha ia bem. O tempo não. A falta de visibilidade causada pela neblina levou o avião a chocar-se contra um morro em São Francisco de Paula. Não conseguiu chegar até a fazendo de Getúlio Vargas, em São Borja. Tampouco elegeu-se governador. Findava ali a biografia de Joaquim Pedro Salgado Filho (nascido em Porto Alegre, em 1888).

Sua figura ficou marcada também pela atuação no Ministério da Aeronáutica no governo de Vargas. Foi o primeiro ministro da pasta criada em 1941. Desempenhou papel importante no dialogo com as potências aliadas durante a Segunda Guerra. Criou a Escola da Aeronáutica e o Correio Aéreo Nacional, além de estimular a construção de aeroportos no país. Com a deposição de Vargas em 1945, deixou o cargo e, dois anos anos mais tarde, elegeu-se senador pelo Rio Grande do Sul. 

Era formado em Direito e exerceu a profissão até começar a ocupar cargos políticos na década de 1930.


Próximos da série:      XL - Cel. Fernando Machado
  XLI - Caldas Júnior
XLII - Otávio Rocha

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Jerônimo Coelho


Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXXVIII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre


Precursor da imprensa em Santa Catarina, Jerônimo Francisco Coelho era homem de múltiplas atividades. Destacou-se como militar – na qualidade de ministro de Guerra do Império – ao estabelecer as tratativas de paz da Revolução Farroupilha, em 1845. Ocupou o cargo novamente entre 1857 e 1858 e, anteriormente, ainda foi ministro da Marinha.

Na política, foi governador do Rio Grande do Sul, de 1857 a 1858. Também atuou como deputado provincial entre 1835 a 1847 e governador do Pará entre 1848 e 1850. Como jornalista, fundou, em 1831, o primeiro jornal de Santa Catarina, O Catharinense, e, no ano seguinte, O Expositor.

Próximos da série:  
 XXXIX - Salgado Filho
         XL - Cel. Fernando Machado
       XLI - Caldas Júnior

terça-feira, 10 de julho de 2012


A credibilidade do Correio do Povo

O Correio do Povo foi durante muitos anos o jornal de maior credibilidade no Rio Grande do Sul. A confiança dos gaúchos no jornal de Breno Caldas era tanta que só acreditavam na notícia após ser publicada pelo Correio. A maior prova dessa credibilidade se deu na morte do papa Pio XI, em 1939.

Na ocasião, o Diário de Notícias noticiou a morte do pontífice e o Correio do Povo não. O diretor do Diário, Ernesto Correia, queria saborear a vitória sobre o rival e da redação saiu direto para o barbeiro Amaro, naquela manhã.

Na barbearia já estava ansioso porque ninguém falava da morte do papa. Lá pelas tantas não se aguentou e puxou o assunto:


- Mas, então, heim Amaro, o papa se foi...


O barbeiro cauteloso respondeu para Ernesto Correia:


- É... é o que estão dizendo, mas vamos esperar o Correio de amanhã para ver se é verdade.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Vozes do Centro

A popularização do celular de chip e as facilidades para utilizar o serviço de diversas operadoras catapultaram os anunciantes desse produto para a vanguarda do serviço em questão

Só quem transita frequentemente pelo Centro nota e distingue as diferentes vozes que anunciam de tudo. O turbilhão de informações pode causar confusão na cabeça daquele que desconhece esses variados anunciantes. Para quem os escuta diariamente, no entanto, é fácil reconhecer cada propagandista e seu respectivo produto. Não que os transeuntes prestem atenção e fazem análises meticulosas sobre os slogans, mas é impossível não reter na memória os anúncios.

“Foto, foto na hora”, “fábrica de calcinha” e “corte de cabelo” já tiveram seu charme no passado. Mas o desenvolvimento da atividade impulsionou a criatividade desses profissionais. Até a criação do camelódromo, uma das mais populares chamadas era “Cededevedê, Cededevedê”. Esses comerciantes, porém, escassearam com o crescimento do combate a pirataria.

Outro que outrora talvez tenha sido o mais popular de todos e foi extinto é o “vale-vale”. Parecia uma orquestra – desafinada, é claro – aquele grupo de rapazes sacudindo saquinhos de fichas de ônibus enquanto bradavam “compro vale, vendo vale, troco vale”. O advento do Tri, no entanto, decretou o fim dessa classe que dominava a esquina da Marechal Floriano com a Otávio Rocha.

Deve-se salientar que há uma divisão de categorias. Há um grupo que anuncia e vende o produto diretamente. Há também aqueles que apenas chamam o cliente para o estabelecimento, que é o grupo mais amplo.

Desta segunda categoria, é possível lembrar muitos que ajudaram a disseminar o serviço pelas artérias centrais de Porto Alegre. “Compro ouro”, “piercing e tatuagem”, “empréstimo, empréstimo na hora” e “tênis Nike e Adidas” são os mais comuns. Ainda podem ser encontrados, na Esquina Democrática, os cambistas: “Ingresso para o Exaltasamba” ou “Sorriso Maroto, não pega fila”.

A popularização do celular de chip e as facilidades para utilizar o serviço de diversas operadoras catapultaram os anunciantes de chip para a vanguarda do serviço em questão. Ao contrário dos profissionais de outros seguimentos que possuem um único ponto de trabalho, os responsáveis pelos chips estão espalhados por todo parte. Mais que qualquer outro, o anúncio de chips ganhou tamanha proporção que oferecem o produto com preços cada vez menores no mesmo passo que cada vez com mais vantagens. É impossível atravessar uma quadra inteira do Centro sem que se ouça “chip da Tim por cinco reais com dezesseis de crédito em bônus” ou “chip da claro por três reais com acesso a internet ilimitado” ou ainda “chip da Oi por dois reais com torpedo SMS gratuito”.

Ao lado dos anunciantes de chip, estão entre os maiores propagandistas os vendedores de guarda-chuvas. Estes são, na atualidade, os maiores expoentes da classe de vendedores diretos. Ninguém sabe de onde vem a mercadoria, mas é só o tempo se armar e eles aparecem com uma braçada de morcegões, gritando “é a dez o gigante” ou “paga dez e não se molha” e ainda “barato o guarda-chuva”. Além de popularíssimos, eles são os mais temidos. A concorrência acirradíssima já motivou um homicídio. Na disputa pelo ponto de venda, um vendedor fincou o produto na cabeça dum colega. Desde então os cliente nem tentam mais barganhar.

Dos vendedores diretos, ainda merecem destaque os tímidos anunciantes de “crachá pro Tri”, “Doutorzinho” e o já proibido “Giz que mata barata”. Nenhum ainda supera os clássicos do passado como “baaaarbatana, pente e agulha”, os guris da Caldas Júnior com o “Óia a Foia” e a maior de todos os tempos: Maria Chorona, que tinha no pranto a eficácia do seu negócio.

domingo, 8 de julho de 2012

Ponte da Azenha

Confira nesta reportagem exibida em 2009 pelo SBT-RS a história do local onde começou efetivamente a Revolução Farroupilha, em 1835.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Sarmento Leite

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXXVII
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Com a vida dividida entre o ensino acadêmico e o exercício da medicina, Eduardo Sarmento Leite da Fonseca (n.Porto Alegre, 1868) escreveu seu nome na história de Porto Alegre e da medicina brasileira. Foi um dos fundadores da Faculdade de Medicina de Porto Alegre, em 1898, onde lecionou Anatomia e foi eleito diretor, em 1915. Na Santa Casa, era cirurgião. Também foi médico da Brigada Militar e Casa de Correção.

Como professor, sempre esteve ao lado dos estudantes e, quando diretor da faculdade, dedicou-se a construção da sede da instituição. Sarmento Leite ainda foi diretor do Hospital da Beneficência Portuguesa, conselheiro municipal (1924-1928) e idealizou a criação do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul. Morreu em Porto Alegre, em 1935.

Fonte: Wikipédia e academiademedicinars.com.br

Próximos da série:  
XXXVIII - Jerônimo Coelho
    XXXIX - Salgado Filho
             XL - Cel. Fernando Machado

quarta-feira, 4 de julho de 2012

General Vitorino

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXXVI
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Se não estava em Pernambuco ou Rio Grande do Sul, estava no campo de batalha. General Vitorino José Carneiro Monteiro teve sua vida ligada a estas duas localidades e, pelas obrigações de um militar, aos territórios conflituosos da época. Nascido em Recife, em 1816, ingressou na carreira durante conflitos locais em 1833.

Foi enviado ao território gaúcho para defender o Império na Revolução Farroupilha. Ainda combateu na campanha do Uruguai e na Guerra do Paraguai. Ao fim desse último conflito, em 1870, ocupou o cargo de comandante de armas de Pernambuco e, no ano seguinte, foi cumprir a mesma função no Rio Grande do Sul. Morreu em Porto Alegre, 1877.


Fonte: Wikipédia.


Próximos da série:
  
  XXXVII - Sarmento Leite 
XXXVIII - Jerônimo Coelho
    XXXIX - Salgado Filho

Teatro da Ospa


Recebo com entusiasmo a notícia de que foram liberados os R$ 20 milhões para a construção do Teatro da Ospa. Estava se tornando insuportável essa espera. É inadmissível que uma orquestra da grandeza da Ospa não tivesse ainda uma sede própria nem ao menos para ensaiar. 

É memorável a frase de Érico Veríssimo sobre a sinfônica da capital. Em entrevista, pediram que o escritor falasse sobre sua cidade e ele respondeu com orgulho: "minha cidade tem uma orquestra sinfônica". A afirmação abre os olhos daqueles que não dão o devido valor a esses músicos eruditos tão importantes para a cultura de Porto Alegre. 

Foi lastimável que, 2012, o aclamado maestro Isaac Karabtchevsky tenha deixado a direção e regência da nossa sinfônica em razão da falta de sede própria. Esse fato foi um dos determinantes para que, enfim, os responsáveis percebessem a necessidade de construção da casa. Adiciona-se a isso a indicação de Assis Brasil para secretário da Cultura. O escritor que já havia sido músico da Ospa entrou com força nessa luta. Neste ano e meio que está á frente da pasta, mexeu os pauzinhos para garantir e edificação do espaço para a orquestra. Aproveitando a onda de investimentos da presidente Dilma no Rio Grande do Sul, Assis Brasil garantiu verba para tocar a obra. A vitória é mérito também do presidente da fundação da Ospa, Ivo Nesralla, que há anos está nessa batalha pela sede própria.

Ainda vai demorar, mas só a garantia de que a nossa orquestra sinfônica terá uma casa definitiva é uma vitória gigantesca para a cultura porto alegrense.

domingo, 1 de julho de 2012

Teatro São Pedro

Confira nesta reportagem exibida em 2008 pelo SBT-RS a história do teatro mais antigo de Porto Alegre.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

José do Patrocínio

Ruas de Porto Alegre: nomes e personagens XXXV
Confira, nesta série, a história daquelas pessoas que emprestaram seu nome para batizar as ruas do centro de Porto Alegre

Formado em Medicina com ênfase em Farmácia, em 1874, José Carlos do Patrocínio 
(n.1853, em Campos, RJ) exerceu pouco a profissão. A razão disso foi a paixão por 
outra atividade igualmente desafiadora: o jornalismo. Abolicionista convicto, viu 
nas letras uma forma de levar sua bandeira. Principiou a carreira no quinzenário 
satírico Os Ferrões, mas logo começou a escrever para a Gazeta de Notícias.

Ingressou, em 1881, na Gazeta da Tarde e logo se tornou proprietário dessa folha. 
Escreveu seu primeiro romance Pedro Espanhol e publicou-o em 1884. Na literatura, 
ainda escreveu Mota Coqueiro ou a Pena de Morte e Os Retirantes e fundou a cadeira 
número 21 da Academia Brasileira de Letras. Quando deixou a Gazeta da Tarde, em 
1887, fundou A Cidade do Rio. Homem que importou o primeiro automóvel para o 
Brasil, José do Patrocínio morreu em 1905, durante um discurso de homenagem a 
Santos Dumont.

Fonte: Wikipédia e academia.org.br (site da ABL)

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  XXXVII - Sarmento Leite 
XXXVIII - Jerônimo Coelho