O que fazer quando falta luz?
Até onde a internet e os aparelhos eletrônicos influência em nossas vidas? Foi a pergunta que me fiz hoje, ao chegar no serviço e me deparar com a penumbra. A grande sala da Secretaria estava às escuras e, em cada repartição, a falta de luz era ainda mais notável. Não era possível ligar o computador, tão menos acessar a Internet. Uns vão dizer que é impossível sofrer com esse problema diante da utilização do notebuque. Mas, se acaba a carga da bateria do computador portátil? O que se deve fazer? Onde carregar, se não tem energia elétrica? Bem. Com essas inúteis questões na mente, iniciei a tarde, rendido à falta de luz.
Não demorou para que a luminosidade de cada lâmpada que pendia no teto ofuscasse os tímidos raios de iluminação natural que atravessavam as vidraças do recinto. Refiro-me à luz do sol como tímida porque, há dias, as nuvens insistem em esconder o astro rei, deixando estes dias úmidos, mas, mesmo assim, com calor infernal. Então, na medida que as luzes se acendiam, os bolinhos rapidamente se dispersavam. As pessoas iam às suas mesas, felizes, ligar seus computadores.
Durante os minutos sem energia, brinquei que deveríamos ter trazido de casa um baralho ou dominó para passar o tempo. Sorte que o blecaute foi curto, avaliaram alguns. Diante dessa tenacidade com o computador e a Internet, fiquei pensando, talvez atrasado em relação a muitos, que estamos encaminhando a sociedade para um mundo cada vez mais virtual e dependente da eletrônica. Nem a vela se usa mais quando falta luz. Os celulares fazem essa função. Os livros de papel, se não estivesse na moda ler no ônibus, certamente já teriam se extinguido.
Também não sou um daqueles conservadores ou saudosistas que dizem que a máquina de escrever é melhor que o teclado, a máquina de filme é melhor que a câmera digital e que os jovens estão se alienando cada vez mais com os bate-papos virtuais. Pelo contrário, vejamos as facilidades que a internet e todos os aparelhos digitais nos proporcionam. Até mesmo porque os riscos que a rua nos oferece, com assaltos e mais assaltos, faz com que nos trancamos em casa e a toda essa tecnologia vem para preencher esse espaço.
O que me faz refletir, é que as pessoas, principalmente a geração que nasceu conectada à rede, como eu, estão muito dependentes desses aparelhos eletrônicos. Elas não conseguem mais se desvencilhar dos grilhões que a tecnologia impõe. É como aconteceu hoje. Parece que, sem luz e acesso à internet, as pessoas ficam se debatendo como um leão enjaulado. Dia desses, procurava apartamento para alugar na praia. Todos ofereciam acesso à rede e tevê a cabo. Perguntei-me para que eu iria utilizar algum desses recursos. Com todas as encantos que o litoral pode oferecer à juventude, iria eu me prender à tevê a cabo? A resposta à pergunta da primeira linha é fácil. A influência que a rede e os aparelhos eletrônicos exercem sobre as pessoas é total. É IMPOSSÍVEL vivermos sem a internet. Até mesmo na praia.
P.S. Acabo de me informar que a falta de luz citada no texto foi decorrente de problemas em transformadores ali na Borges. De acordo com o site da Guaíba, o centro todo ficou se energia elétrica no início da tarde.
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