quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Arranha-céu

O mais alto do mundo

O gigante Burj Khalifa, em Dubai (Emirados Árabes Unidos), que é a mais alta edificação do planeta, pode ser considerado um nanico se comparado à outro arranha-céu projetado há mais de 50 anos, mas que nunca saiu do papel.

Em 1956, Frank Lloyd Wright apresentou o projeto do The Mile High Illinois, que seria até hoje a mais alta estrutura construída pelo homem. O pavimento mais alto do prédio teria 1.609 metros de altura e sua antena atingiria a marca de 1.731 metros, mais que o dobro dos 828 metros do colossal Burj Khalifa.

O Illinois, que seria construído em Chicago, não passou de um mero projeto devido à problemas estruturais. O aço flexível, utilizadas hoje para anular o efeito do vento e das oscilações do solo, não eram comuns na época. Wright pensou no modelo de tripé invertido, utilizado mais tarde na CN Tower, no Canadá, mas a ideia não prosperou.

E assim o Illinois, de 528 andares, nunca foi construído. Quando Wright apresentou sue projeto, o Empire State Building era prédio mais alto do mundo, com 381 metros. Depois vieram os também americanos World Trade Center, em Nova York e o Sears Tower, em Chicago. Ainda foram erguidos as torres Petronas, na Malásia, o Taipei 101, em Taiwan, e o Burj Khalifa. Nenhum deles com tamanho suficiente para se comparar ao Illinois.


Foto: archrecord.construction.com/innovation

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Carnaval

Trio elétrico



Os imponentes caminhões que são transformados em palcos ambulantes para os shows de carnaval são verdadeiros colossos se comparados ao primeiro trio-elétrico do carnaval baiano. Há exatos sessenta anos, em 1950, Adolfo Nascimento, o Dodô, e Osmar Macedo instalaram auto falantes em um Ford 1929 e saíram tocando frevo pelas ruas de Salvador com um cavaquinho e um violão elétricos ligados à bateria do carro.
No ano seguinte, trocaram o veículo por uma pick-up Chrysler e convidaram Temístocles Aragão para integrar aquela dupla, que passou a ser um trio. Aos poucos o sucesso foi aumentando até chegar aos suntuosos caminhões que hoje animam as ruas da capital baiana durante o Carnaval.

O Ford de Osmar e Dodô, acima e à direita, e versão moderna da invenção da dupla.

Fotos: webmotor.com.br e gospelprime.com.br

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Espaço para a história

Porto Alegre terá memorial arqueológico

As escavações para a construção do camelódromo (chamado de Shopping do Porto ou Centro Popular de Compras – CPC) foram além de uma simples obra. Durante os trabalhos foram encontradas cerca de três mil pelas arqueológicas do século 19. Agora, a prefeitura de Porto Alegre anunciou a criação do Memorial Praça Rui Barbosa, onde serão expostos os objetos antigos. Os espaço destinado à exibição das peças históricas será no terceiro pavimento do Shopping.

Saiba mais lendo a matéria na integra, no site da prefeitura

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Praia

Fenômeno à beira mar



Uma mulher formosa, com linhas delgadas, a pele bronzeada, a barriga durinha e a bunda rija e empinada sempre causa alvoroço na beira da praia. Principalmente se ela estiver envergando um daqueles biquínis que encobre não mais que 15 % das nádegas. Os solteirões logo dão um jeito de chamar a atenção, os mais tímidos apenas observam por trás das lentes escuras dos óculos de sol e os casados... bem, os casados, de suas posições desconfortáveis, ensaiam um olhar disfarçado que logo é repreendido pela esposa. Aliás, mulheres são as que mais olham para essas belas, não as admirando, mas invejando-as e torcendo por um acidente que as façam despencar dessa passarela de beleza.

Mas essas figuras tão desejadas pelos homens e abominada pelas mulheres estão longe de serem consideradas o motivo de maior alarde na orla marítima. Outro fenômeno bem menos atraente é a “sensação” da praia. Chama-se vendedores ambulantes. É inacreditável a quantidades deles circulando pela areia. Vendem de tudo, desde brincos até coalhada. Claro que uns são mais procurados que outros. Os vendedores de picolés, por exemplo, fazem muito sucesso entre a criançada, bem como os comerciantes de bonecos infláveis. Os pequenos tem a ilusão de que podem usar os brinquedos como bóia.

Entretanto o fenômeno que me refiro como destaque são os vendedores de roupas. Quando surge uma daquelas araras sobre rodas abarrotada de vestidos, cangas e biquínis, a mulherada enlouquece. Os comerciantes nordestinos arrebatam o público feminino das areias. Os carrinhos estão sempre cercado de mulheres que, olham, olham, olham. Depois de muito olhar, experimentam (o detalhe é que não tem provador, aí vai por cima do biquíni, mesmo). A etapa seguinte é a da pechincha. O vendedor lança, inicialmente um preço altíssimo, que, até a negociação se concretizar, caiu pela metade. Coisas de mulher. Afinal, alguma vez já se viu um homem negociando com o atendente do bar ou quiosque para baixar o preço da cerveja?
- Quanto é a Skol? – pergunta, inicialmente, o cliente.
- Cinco reais.
- E a Brahama?
- Não temos Brahma. Só Skol e Polar.
- Muito caro. Tu me faz por três pila?
- Não posso. É cinco.
- Então, deixa – diz o cliente, virando-se para ir embora.
- Tá, o máximo que eu posso fazer é por quatro.
- Ah, é que eu só tenho três e cinqüenta no bolso – mente o cliente.
- Tá bom. Dois copos? – cede, finalmente, o vendedor. Em seguida o cliente entrega uma nota de vinte para pagar.

Imaginem. Não dá. As mulheres, sim. Cercam o nordestino das roupas e vão o apertando até ele aceitar o preço que elas acham justo. Se ele não fizer, elas não levam. Afinal, tem vários vendedores.

Ainda tem aquele grupo das mulheres que não compram. Quando enxergam a arara ambulante, pulam da cadeira, chamam as amigas vão rodear o carrinho de roupas. Examinam peça por peça, perguntam o preço de todas e, depois de matar o vendedor no cansaço, descartam-no, esperando o próximo.

Como pode esses comerciantes atrair tantas mulheres para suas lojas ambulantes. Nem o Bred Pit ou Reinaldo Gianequini (Não se é esses que elas gostam...) são capazes de fazer uma mulher esquecer os carrinhos de roupas dos nordestinos. Elas ficam tão satisfeitas naquele momento, que esquecem que seus maridos podem estar olhando e, até mesmo, arriscando uma cantada em uma daquelas gostosas que deixam a público masculino alvorotado. Mas para sorte das esposas e azar dos rapazes, essas beldades também estão enfiadas no bolinho que cerca o carrinho do vendedor de roupas.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Findi na praia

Vale a pena pegar a Free-way congestionada?



Na Free-way, sentido litoral, as madeixas ao vento. A música que sai do rádio transborda o corpo de uma energia que será paulatinamente gasta ao longo do fim-de-semana que está recém começando. No retrovisor, o pôr-do-sol, lembrando uma tela pintada por Monet, adverte que Porto Alegre está ficando para trás. Esta seria uma imagem perfeita para se viver nos fins de tarde das sextas-feiras de janeiro e fevereiro, não fosse o congestionamento da estrada. No lugar da energia da música, o sujeito é tomado pelo nervosismo e irritação com o “arranca-e-pára”. A pintura no espelho passa a ser um caminhão gordo e cheio de lenha em que o motorista não para de buzinar.

Uns diriam que o bom mesmo é ficar na praia o verão todo, sem a necessidade de deixar a cidade todas as sextas e retornar aos domingos. Ainda prefiro a ida-e-volta do que a chatísse de passar dois meses envolto pela maresia e pela areia. E também porque os dias de bebedeiras tem que ser financiados de alguma forma, já que o balanço da rede e a ingestão de álcool não trazem dinheiro. Então, faz-se o sacrifício de pegar a estrada cheia. É só pensar na recompensa.

Chegando no litoral, nada de descarregar o porta-malas ou dar uma descansadinha para tirar o estresse da viajem. Tão menos se acomodar em frente a tevê para ver o Biguebroder. O passo inicial ao chegar na praia é ir para o bar. Depois de quatro horas na Free-way não vai ser a cama que vai te fazer relaxar, e sim uma cerveja benge. Bengelada. Que não faltem as fritas, afinal, o estômago está vazio. Tudo bem que na praia é impossível encontrar batatinhas boas, mas junto com uma benge, qualquer batatinha fica boa.

Aliás, na hora de ir para a praia, um item importantíssimo é a localidade da casa, apartamento, hotel, pousada ou camping. Não é a proximidade do mar que se deve ter como prioridade e sim a proximidade com o centro ou o reduto dos bares. Tendo uma variedade de estabelecimentos que vendam cerveja por perto, não será necessário tirar o carro da garagem. Não bastam quatro horas na Free-way dirigindo, dirigindo, dirigindo e o sujeito chega na praia e quer guiar mais um pouco. Negativo. Por isso é bom veranear nas proximidades dos bares, assim sai de casa a pé mesmo e, ainda, não corre risco de acidente de trânsito.

Sábado é o dia perfeito para relaxar. Não só da noitada de sexta, mas de todas as incomodações da semana. Se sobrar tempo, sempre é bom ir à beira da praia. Nada substitui o deleite de por os pés na areia e observar sem pressa o vai-e-vem das ondas. É a maior recompensa pelas longas horas na tranqueira da estrada. Mas considero um problema fazer isso ao meio dia. Nada contra as mulheres que passam o dia inteiro sob o tórrido sol de verão para delinear suas marcas de bronze. Até admiro-as. São verdadeiras esculturas à beira-mar. Mas prefiro o final da tarde para desfrutar dos prazeres orla. Uma cervejinha, uma caipira ou um chimarrão. Qualquer bebida cai bem nesse horário, ainda mais quando se está desfrutando de boas companhias.

O problema é quando o sujeito se passa e fica até muito tarde aproveitando essa boa vida. Certamente será gigantesco o risco de, ao chegar no açougue, não ter mais um bom pedaço de carne para comprar. E, convenhamos, uma costela de boi velho ou coxinha de galinha não é o cardápio ideal para quem passou a semana debruçado sobre relatórios e equações, contando cada minuto para saborear o “churras do findi”.

Enfim, esses são alguns detalhes que explicam porque vale a pena pegar a Free-way engarrafada na sexta e no domingo. Se o camarada não bebe, sem problemas. Dá-se um jeito para se entreter com outras coisas. Inadmissível é a pessoa que roda 200 quilômetros apenas para molhar os tornozelos na “beiradinha” da praia e passar o restante do tempo angustiado por não ter o que fazer. Mas, por favor, se for para ficar preso ao computador ou a tevê, não saia de Porto Alegre. Assim, além de não pegar a estrada cheia, contribuirá para que o congestionamento diminua.


Foto: fotografiasdetelefone.blogspot.com

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Será possível passar umas horas sem internet?

O que fazer quando falta luz?

Até onde a internet e os aparelhos eletrônicos influência em nossas vidas? Foi a pergunta que me fiz hoje, ao chegar no serviço e me deparar com a penumbra. A grande sala da Secretaria estava às escuras e, em cada repartição, a falta de luz era ainda mais notável. Não era possível ligar o computador, tão menos acessar a Internet. Uns vão dizer que é impossível sofrer com esse problema diante da utilização do notebuque. Mas, se acaba a carga da bateria do computador portátil? O que se deve fazer? Onde carregar, se não tem energia elétrica? Bem. Com essas inúteis questões na mente, iniciei a tarde, rendido à falta de luz.

Não demorou para que a luminosidade de cada lâmpada que pendia no teto ofuscasse os tímidos raios de iluminação natural que atravessavam as vidraças do recinto. Refiro-me à luz do sol como tímida porque, há dias, as nuvens insistem em esconder o astro rei, deixando estes dias úmidos, mas, mesmo assim, com calor infernal. Então, na medida que as luzes se acendiam, os bolinhos rapidamente se dispersavam. As pessoas iam às suas mesas, felizes, ligar seus computadores.

Durante os minutos sem energia, brinquei que deveríamos ter trazido de casa um baralho ou dominó para passar o tempo. Sorte que o blecaute foi curto, avaliaram alguns. Diante dessa tenacidade com o computador e a Internet, fiquei pensando, talvez atrasado em relação a muitos, que estamos encaminhando a sociedade para um mundo cada vez mais virtual e dependente da eletrônica. Nem a vela se usa mais quando falta luz. Os celulares fazem essa função. Os livros de papel, se não estivesse na moda ler no ônibus, certamente já teriam se extinguido.

Também não sou um daqueles conservadores ou saudosistas que dizem que a máquina de escrever é melhor que o teclado, a máquina de filme é melhor que a câmera digital e que os jovens estão se alienando cada vez mais com os bate-papos virtuais. Pelo contrário, vejamos as facilidades que a internet e todos os aparelhos digitais nos proporcionam. Até mesmo porque os riscos que a rua nos oferece, com assaltos e mais assaltos, faz com que nos trancamos em casa e a toda essa tecnologia vem para preencher esse espaço.

O que me faz refletir, é que as pessoas, principalmente a geração que nasceu conectada à rede, como eu, estão muito dependentes desses aparelhos eletrônicos. Elas não conseguem mais se desvencilhar dos grilhões que a tecnologia impõe. É como aconteceu hoje. Parece que, sem luz e acesso à internet, as pessoas ficam se debatendo como um leão enjaulado. Dia desses, procurava apartamento para alugar na praia. Todos ofereciam acesso à rede e tevê a cabo. Perguntei-me para que eu iria utilizar algum desses recursos. Com todas as encantos que o litoral pode oferecer à juventude, iria eu me prender à tevê a cabo? A resposta à pergunta da primeira linha é fácil. A influência que a rede e os aparelhos eletrônicos exercem sobre as pessoas é total. É IMPOSSÍVEL vivermos sem a internet. Até mesmo na praia.


P.S. Acabo de me informar que a falta de luz citada no texto foi decorrente de problemas em transformadores ali na Borges. De acordo com o site da Guaíba, o centro todo ficou se energia elétrica no início da tarde.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

A sede do governo do RS

Os projetos do Palácio Piratini


O primeiro projeto para construção de um novo palácio para o governo do Estado do Rio Grande do Sul surgiu no governo de Júlio de Castilhos. Em 1894, o arquiteto Affonse Dinis Hebert apresentou o desenho da edificação (à direita) que substituiria o Palácio de Barro, sede do executivo estadual por 107 anos. As obras de construção do novo edifício, no mesmo local do antigo palácio, arrastaram-se lentamente durante a primeira administração de Borges de Medeiros (1898-1908).
Em 1908, quando Carlos Barbosa assumiu a presidência do Estado, a obra foi embargada. O governante alegou que a edificação não se adequava às exigências da época. Na ocasião, uma equipe técnica foi enviada a Paris para realizar um concurso de projetos para o novo palácio. A. Agustín Rey (projeto, à esquerda) e A. Janin foram os únicos arquitetos inscritos e o projeto de nenhum deles foi escolhido.

Um ano mais tarde, o francês Maurice Gras chegou ao Estado para desenvolver um novo projeto (no topo da página), que foi aprovado em 20 de setembro de 1909. O prédio foi inspirado no Petir Trianon, de Versailles, revelando a influência neoclássica. A parte artística ficou por conta do escultor francês Paul Landowski, mesmo autor do Cristo Redentor. Sem realizar uma inauguração oficial, Borges de Medeiros mudou-se para o palácio com as obras ainda em andamento, em 1921. O nome Piratini foi adotado em 1955, pelo governador Ildo Meneghetti, em homenagem a primeira capital da República Rio-Grandense.



Fonte e fotos: estado.rs.gov.br/palaciopiratini

O apartamento do lado - final

O vazio do apartamento vizinho somado ao crime culposo, que só Ringo sabia, tiraram muitas noites de sono dele. Mais de um mês depois, acordou às cinco da manhã com a batida da porta da vizinha. Pensou que era sonho ou alguma alucinação, mas seguiu escutando as vozes através da parede. Era Alana, uma vizinha nova. Ele a conheceu no dia seguinte, quando ela bateu na porta pedindo para ele instalar o chuveiro. “Não”, e bateu a porta. Se arrependeria mais tarde, quando, ao ouvir as vozes da lascívia, sentiria vontade de tocar a campainha de Alana e convidar-se para as festinhas.