O humorista gaúcho que virou falso barão
Faculdade de Medicina de Porto Alegre – hoje abrangida pela Ufrgs. Exame oral da cadeira de anatomia. O professor Sarmento Leite, conhecendo o jeito do seu aluno, estendeu um fêmur e perguntou:
– Conhece?
– Ainda não. Muito prazer – respondeu prontamente Aparício Torelly, ao apertar a outra extremidade do osso.
Tiradas como essa se confirmaram como a marca registrada de Aparício, uma das mais irreverentes figuras de Porto Alegre.
Sua tendência para o humor começou cedo, ainda na escola. Interno do colégio dos padres jesuítas de São Leopoldo, o jovem – nascido em Rio Grande, em 1895 – criou o jornal humorístico Capim Seco, marcando também seu primeiro contato com o jornalismo.
Antes, porém, de colaborar ativamente com jornais de Porto Alegre, Aparício Torelly inclinou seu estudos para a área da saúde. E já nessa época não perdia a oportunidade de fazer uma boa piada. Aliás, é do tempo de estudante que se sabe de suas mais pitorescas histórias.
Uma delas aconteceu durante uma aula de Farmácia. Aparício complicou-se com as manipulações químicas propostas pelo professor Cristiano Fischer e desabafou:
– Mas logo o senhor, que tem uma farmácia, vem perguntar isso para mim?
Todavia, não eram todos os catedráticos que aceitavam com bom humor as brincadeiras. Certa vez um mestre se dirigiu a Aparício e perguntou:
– Quantos rins nós temos?
– Quatro – respondeu o aluno, sem vacilar.
– Quatro? – retrucou o professor já irritado por saber da fama de gozador de Aparício. Antes que o aluno pudesse se manifestar, chamou o bedel e disse:
– Traga um feixe de capim, pois temos um asno na sala!
– E para mim, um cafezinho – completou Aparício, não perdendo a oportunidade. O professor o expulsou da aula. Como se não bastasse, antes de sair explicou ao mestre:
– O senhor me perguntou quantos rins nós temos. Nós temos quatro, dois meus e dois teus. Tenha um bom apetite e delicie-se com o capim.
Não concluiu nem o curso de Farmácia, nem o de Medicina. Sua inclinação era mesmo para o jornalismo e humor. Publicou as primeiras colaborações na antiga revista Kodak, onde assinava como “Por Aporelly” ou “A por L”. E foi pelo pseudônimo que ficou conhecido, consolidando-o no seu livro Pontas de Cigarro.
Em Porto Alegre, também escreveu para a revista A Máscara e o jornal Maneca. Ainda fundou A Noite e a Reação, A Tradição e, enfim, o Chico, seu primeiro jornal de humor.
Aos 30 anos deixou Porto Alegre para morar no Rio. Quando chegou na Cidade Maravilhosa, procurou a redação d’O Globo. ¬Irineu Marinho (pai de Roberto Marinho) perguntou:
– O que o senhor veio fazer aqui?
– Tudo. De varrer a redação a dirigir o jornal. Creio que não ter haver muita diferença – respondeu Aporelly, que foi contratado na hora.
No Rio, ficou nacionalmente conhecido com o sucesso do jornal humorístico, que fundou, A Manha (e não A Manhã, para o qual escreveu anteriormente). Em 1931, auto intitulou-se Duque de Itararé, em homenagem à batalha que não aconteceu, na Revolução de 30. Como prova de modéstia, rebaixou seu falso título para Barão de Itararé, pseudônimo pelo qual ficou conhecido no país inteiro.
Morreu em 27 de novembro de 1971, aos 76 anos. Aporelly no Rio Grande, Barão de Itararé no Brasil. Este ano, se vão 40 anos sem Aparício Torelly, o humorista que aprendeu a fazer graça nas faculdades de Farmácia e Medicina de Porto Alegre e ganhou o Brasil com sua irreverência e bom humor.
segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
Mc História
Às margens da Rota 66, que em 15 de maio de 1940 os irmãos Dic e Mac McDonalds deram início àquela que se tornaria a maior rede de lanchonetes do mundo e a marca símbolo de uma cultura. O comércio de lanches, o qual inicialmente prevalecia o churrasco americano, logo foi dominado pela venda de hambúrguer.
Em 1948, a lanchonete já vendia exclusivamente hambúrguer, batatas fritas e milk shake, atingindo o sucesso pelo esquema de serviço rápido. Não demorou para que as franquias começassem a se espalhar pelos Estados Unidos. E, em 1967, começa a disseminação da rede no exterior. No Brasil, o primeiro McDonalds foi inaugurado em 1979, no Rio de Janeiro.
Desde que as franquias começaram a se espalhar pelo mundo, a rede tornou-se alvo constante de críticas. A empresa é apontada como a principal culpada pela obesidade e os radicais de esquerda veem a marca como o símbolo do capitalismo. Entre as lendas absurdas em torno do McDonalds está aquela que garante que os hambúrgueres são feitos com carne de minhoca.
Amada ou odiada, a rede ganhou o mundo ocidental. É uma das principais opções de lanches rápidos nas grandes cidades. Vai um Big Mac aí?
Em 1948, a lanchonete já vendia exclusivamente hambúrguer, batatas fritas e milk shake, atingindo o sucesso pelo esquema de serviço rápido. Não demorou para que as franquias começassem a se espalhar pelos Estados Unidos. E, em 1967, começa a disseminação da rede no exterior. No Brasil, o primeiro McDonalds foi inaugurado em 1979, no Rio de Janeiro.
Desde que as franquias começaram a se espalhar pelo mundo, a rede tornou-se alvo constante de críticas. A empresa é apontada como a principal culpada pela obesidade e os radicais de esquerda veem a marca como o símbolo do capitalismo. Entre as lendas absurdas em torno do McDonalds está aquela que garante que os hambúrgueres são feitos com carne de minhoca.
Amada ou odiada, a rede ganhou o mundo ocidental. É uma das principais opções de lanches rápidos nas grandes cidades. Vai um Big Mac aí?
sexta-feira, 13 de maio de 2011
Dia dos Bragança
O dia 13 de maio está gravado na história da família real Bragança. Foi nessa data, em 1676, que nasceu dom João VI. Retratado com perícia por Laurentino Gomes (em 1808, Editora Planeta), o Rei Medroso só reinou em razão da morte do seu irmão mais velho, José. A insanidade da mãe, Maria I, a Louca, jogou-o ao posto de príncipe-regente. Em 1807, transferiu o centro no reino para a colônia brasileira, fugindo de Napoleão e abandonando seus súditos.
A partir dessa atitude de falta de coragem, que começou o enraizamento dos Bragança no Brasil. Ainda que o Brasil estivesse ligado a Portugal durante a estadia de dom João, foi ele que deu a largada para a independência. Veio a separação pelas mãos do seu filho dom Pedro I e a continuação do Império com o neto dom Pedro II.
Não fosse a deposição de dom Pedro II, com a proclamação de república, Isabel também teria reinado, continuando a dinastia Bragança. E foi ela, a princesa, que fez entrar para a história do país a data do aniversário do bisavô. Como regente do Império, na ausência de dom Pedro II, Isabel extinguiu formalmente, em 1888, a escravidão no Brasil.
A partir dessa atitude de falta de coragem, que começou o enraizamento dos Bragança no Brasil. Ainda que o Brasil estivesse ligado a Portugal durante a estadia de dom João, foi ele que deu a largada para a independência. Veio a separação pelas mãos do seu filho dom Pedro I e a continuação do Império com o neto dom Pedro II.
Não fosse a deposição de dom Pedro II, com a proclamação de república, Isabel também teria reinado, continuando a dinastia Bragança. E foi ela, a princesa, que fez entrar para a história do país a data do aniversário do bisavô. Como regente do Império, na ausência de dom Pedro II, Isabel extinguiu formalmente, em 1888, a escravidão no Brasil.
quinta-feira, 12 de maio de 2011
O discurso do rei
12 de maio de 1937 é a data em que o rei George VI foi coroado. O recente vencedor do Oscar 'O Discurso do Rei' não se trata de uma biografia, mas um relato por uma visão diferenciada da ascensão do rei ao trono.
Na foto, George VI com a rainha Elizabeth.
Clique aqui para ler a notícia da coroação.
E aqui para ler a crítica do filme.
Na foto, George VI com a rainha Elizabeth.
Clique aqui para ler a notícia da coroação.
E aqui para ler a crítica do filme.
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Egresso da ULBRA ganha Prêmio Marques de Melo
fonte: http://www.ulbra.br/ (http://www.ulbra.br/graduacao/noticia/1772/egresso-da-ulbra-entre-os-vencedores-do-premio-jose-marques-de-melo/)
Entre os artigos científicos vencedores do Prêmio José Marques de Melo, organizado pela Rede Alfredo de Carvalho (Alcar), está um trabalho gaúcho realizado na ULBRA. ‘Quando o Diário furou o Correio: a morte do Papa Pio XI na imprensa porto-alegrense em 1939’, de Carlos Eduardo Andrade Garcia, egresso do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, foi o terceiro colocado na premiação, que aconteceu durante o VIII Encontro Nacional de História da Mídia. O evento foi realizado entre os dias 28 e 30 de abril na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava, Paraná.
Garcia graduou-se na Universidade e inscreveu no evento o mesmo artigo apresentado como trabalho de conclusão do concurso, em julho de 2010. A pesquisa, orientada pela mestra Jamile Dalpiaz, apresenta um resgate histórico e esclarece questões até então divergentes acerca da cobertura da morte do Papa Pio XI na imprensa da Capital à época.
Para atingir o objetivo e esclarecer se, de fato, e quando efetivamente o Diário de Notícias furou jornalisticamente o Correio do Povo, o artigo, na primeira parte, contextualiza desenvolvimento do jornalismo gaúcho nas primeiras décadas do século XX. Em seguida, resgata a história dos dois jornais envolvidos e, por fim, detalha os desdobramentos do episódio.
Carlos enfatiza a importância de conquistar este prêmio: “É um incentivo para eu continuar pesquisando; o prêmio Marques de Melo é uma excelente iniciativa da Rede Alcar. O meu artigo estava disputando o prêmio com trabalhos ótimos, não esperava ser escolhido entre os melhores”. O egresso da ULBRA agradeceu o apoio da orientadora Jamile Dalpiaz e do coordenador do curso de Comunicação Social, Deivison Campos.
Estímulo à Memória da Mídia
O Primeiro Prêmio José Marques de Melo de Estímulo à Memória da Mídia foi uma das principais atrações do VIII Encontro Nacional de História da Mídia. Concorriam ao prêmio os trabalhos inscritos no congresso por alunos graduandos. O primeiro colocado foi ‘Comunicação e História: a imprensa de Belém no alvorecer do século XX’, de Phellippe Sendas e orientado por Netília Seixas, da Universidade Federal do Pará; e em segundo lugar ficou ‘Reconstruindo uma trajetória: a história da televisão em Guarapuava’ de Luciana Grande e orientado por Ariane Pereira, da Unicentro, do Paraná.
Durante o evento, também foram realizadas conferências com o escritor e professor Jean-Yves Mollier (Université de Versailles Saint-Quentin / França), com o tema "Mídia e público: história de uma incompreensão durável" e o jornalista e escritor Reynaldo Castro (Universidad Nacional de Jujuy / Argentina), com o tema "Tecer com fios quebrados: uma estratégia de comunicação das memórias da repressão das ditaduras". Ainda foram abordados os “150 anos de nascimento do padre inventor Roberto Landell de Moura”, em painel que contou com a participação do professor Luciano Klockner (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), do jornalista Hamilton Almeida (biógrafo do padre Landell) e do radialista e ex-senador gaúcho Sérgio Zambiasi (autor de um projeto que visa tornar Landell um herói nacional, por criar o meio Rádio).
fonte: http://www.ulbra.br/ (http://www.ulbra.br/graduacao/noticia/1772/egresso-da-ulbra-entre-os-vencedores-do-premio-jose-marques-de-melo/)
Entre os artigos científicos vencedores do Prêmio José Marques de Melo, organizado pela Rede Alfredo de Carvalho (Alcar), está um trabalho gaúcho realizado na ULBRA. ‘Quando o Diário furou o Correio: a morte do Papa Pio XI na imprensa porto-alegrense em 1939’, de Carlos Eduardo Andrade Garcia, egresso do curso de Comunicação Social, habilitação em Jornalismo, foi o terceiro colocado na premiação, que aconteceu durante o VIII Encontro Nacional de História da Mídia. O evento foi realizado entre os dias 28 e 30 de abril na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em Guarapuava, Paraná.
Garcia graduou-se na Universidade e inscreveu no evento o mesmo artigo apresentado como trabalho de conclusão do concurso, em julho de 2010. A pesquisa, orientada pela mestra Jamile Dalpiaz, apresenta um resgate histórico e esclarece questões até então divergentes acerca da cobertura da morte do Papa Pio XI na imprensa da Capital à época.
Para atingir o objetivo e esclarecer se, de fato, e quando efetivamente o Diário de Notícias furou jornalisticamente o Correio do Povo, o artigo, na primeira parte, contextualiza desenvolvimento do jornalismo gaúcho nas primeiras décadas do século XX. Em seguida, resgata a história dos dois jornais envolvidos e, por fim, detalha os desdobramentos do episódio.
Carlos enfatiza a importância de conquistar este prêmio: “É um incentivo para eu continuar pesquisando; o prêmio Marques de Melo é uma excelente iniciativa da Rede Alcar. O meu artigo estava disputando o prêmio com trabalhos ótimos, não esperava ser escolhido entre os melhores”. O egresso da ULBRA agradeceu o apoio da orientadora Jamile Dalpiaz e do coordenador do curso de Comunicação Social, Deivison Campos.
Estímulo à Memória da Mídia
O Primeiro Prêmio José Marques de Melo de Estímulo à Memória da Mídia foi uma das principais atrações do VIII Encontro Nacional de História da Mídia. Concorriam ao prêmio os trabalhos inscritos no congresso por alunos graduandos. O primeiro colocado foi ‘Comunicação e História: a imprensa de Belém no alvorecer do século XX’, de Phellippe Sendas e orientado por Netília Seixas, da Universidade Federal do Pará; e em segundo lugar ficou ‘Reconstruindo uma trajetória: a história da televisão em Guarapuava’ de Luciana Grande e orientado por Ariane Pereira, da Unicentro, do Paraná.
Durante o evento, também foram realizadas conferências com o escritor e professor Jean-Yves Mollier (Université de Versailles Saint-Quentin / França), com o tema "Mídia e público: história de uma incompreensão durável" e o jornalista e escritor Reynaldo Castro (Universidad Nacional de Jujuy / Argentina), com o tema "Tecer com fios quebrados: uma estratégia de comunicação das memórias da repressão das ditaduras". Ainda foram abordados os “150 anos de nascimento do padre inventor Roberto Landell de Moura”, em painel que contou com a participação do professor Luciano Klockner (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), do jornalista Hamilton Almeida (biógrafo do padre Landell) e do radialista e ex-senador gaúcho Sérgio Zambiasi (autor de um projeto que visa tornar Landell um herói nacional, por criar o meio Rádio).
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