quinta-feira, 21 de outubro de 2010

automobilismo

A invenção do automóvel
O primeiro automóvel da história tinha somente três rodas e carregava na dianteira uma grande caldeira, que fornecia o vapor que alimentava o motor. A criação foi do francês Joseph Nicolas Cugnot, em 1769. Cugnot, que foi o primeiro motorista, protagonizou logo de saída o primeiro acidente. Embora o veículo se locomovesse a, no máximo, 4 km/h, não tinha freios e bateu num muro.

Entretanto, o francês não é considerado o criador do automóvel. A façanha foi creditada a quatro alemães, que contribuíram para o aperfeiçoamento dos carros. Nikolaus August Otto, que criou o motor a combustão interna, uniu-se a Gottlieb Daimler e Wihelm Maybach para desenvolver e aprimorar o invento. Nesse período, por volta de 1870, Karl Benz fazia desenvolvia uma máquina semelhante, sem saber da existência do outro projeto. E, 1896 é, enfim, considerado o ano da criação do automóvel. Foi quando Daimler e Benz, separadamente, apresentaram seus veículos motorizados ao mundo.
Mercedes-Benz

A união entre as fábricas de carro de Karl Benz (e) e Gottlieb Daimler (d) resultou na fundação da Mercedes-Benz. Os dois inventores, todavia, jamais se conheceram. As duas empresas só se fundiram em 1926, depois da morte dos dois.
Mercedes veio a ser o nome da empresa de Daimler, quando seu fundador resolveu homenagear o cliente Emil Jellinek, batizando um modelo com o nome da sua filha Mercedes Jellinek. Emil prometeu comprar mais carros se Daimler usasse o nome em outros modelos também. Assim, a montadora passou a se chamar Daimler-Marcedes, nome que manteve até a fusão com a Benz.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Casa Masson

A Pêndula Misteriosa

Embora hoje a relojoaria esteja sediada em outro ponto da cidade, o relógio da Casa Masson ainda pode ser visto na esquina onde Leopoldo Masson inaugurou seu estabelecimento em 1871. Entretanto, no princípio das suas atividades, outro relógio ficou bem mais famoso do que aquele que está fixado no prédio onde até pouco funcionou as Casas Bahia. Era a “Pêndula Misteriosa”.
O artefato, que dava nome a loja, era um relógio exposto na vitrine constituído somente por um mostrador de vidro transparente suspenso e dois ponteiros. O mecanismo que fazia o relógio funcionar era tão pequeno que foi escondido dentro do eixo dos ponteiros. Para os habitantes da provinciana Porto Alegre, o objeto era considerado uma das atrações da cidade.

Durante um período, a casa também contou com outro símbolo que ficou gravado na memória porto alegrense: a lanterna da Masson. No topo do edifício de três andares, foi instalada uma lanterna que se acendia cinco minutos antes das 20h, quando a luz se apagava e a população podia acertar seus relógios, em uma época em que não fora estabelecida a “hora certa”.
O nome do estabelecimento mudou de Pêndula Misteriosa para Masson quando o fundador afastou-se do negócio e seu sócio Reynaldo Geyer quis homenageá-lo. A relojoaria, que foi uma das precursoras do crediário em Porto Alegre, encerrou suas atividades na década de 80 devido às turbulências econômicas do período. Foi reinaugurada em 1999, com novo proprietário, no Shopping Moinhos.

Fotos: masson.com.br
Fontes: massom.com.br e Rua da Praia: um passeio no tempo, de Rafael Guimaraens

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Centro Histórico

A praça dos porto alegrenses


Combinei, dia desses, de encontrar com um amigo na Rua da Praia. Programamos que, dali, nos deslocaríamos à bilheteria do Teatro São Pedro, onde apressamo-nos em garantir cadeiras para a apresentação do Tangos e Tragédias. Ao telefone, orientei-o para me esperar na praça Senador Florêncio. Respondeu que desconhecia o logradouro, então sugeri que o encontro se desse na Praça da Alfândega. Ele concordou. As duas são a mesma, mas, assim como esse meu amigo, muitas outras pessoas que circulam pelo local ignoram o outro nome da praça.

Fato é que, há pouco tempo, levei um susto ao passar pela Alfândega. Uns operários estavam fincando estacas nos limites praça, o que me angustiou deveras. Os brutamontes não tinham dó ao destroçar as pedras de desenho ondulado da Rua da Praia para bem de fazer o serviço. No dia seguinte, o choque foi ainda maior. A praça da Alfândega estava entaipada, como um passarinho na gaiola, que já experimentou a liberdade e acabou detido sem nada poder fazer.


Estava iniciando a reforma do local, que resgatará os traços originais da praça. Os conservadores não gostaram de saber da mudança, preferindo o layout daquele espaço da forma como nossa geração o conheceu. Os saudosistas, por outro lado, querem ter o lugar bem como era no primeiro quartel do século passado.


Nilo Ruschel, inclusive, no livro Rua da Praia, reclama da implantação do calçadão da Rua da Praia. Numa das crônicas da obra, o autor queixa-se de que, com as intervenções na via, jamais poderá pisar nas mesmas pedras que testemunharam parte da sua vida. O desabafo de Ruschel reflete o sentimento de grande parte dos românticos nostálgicos da Rua da Praia. A reforma da Alfândega ganha proporções semelhantes.

Os jacarandás que, quietos, apenas observam o que acontecem sem em nada interferir, devem estar se perguntando se, ao fim das obras, tudo voltará a ser como antes ou se a restauração marcará o começo de uma nova etapa. Drummond, transbordando poesia, deixa Quintana de bronze calado e se apressa em responder: nossa praça é como as águas de um rio, está sempre se renovando.
O traçado dos passeios da praça, entretanto, é o que menos importa. O que a revitalização que está em curso deve, na verdade, é estreitar os laços entre a população e maravilhoso espaço. Os moradores de rua e as prostitutas que circulam pelo local, principalmente nos finais de semana, impedem o público de freqüentar a praça com a família. Os moradores do entorno se vêem obrigados a “subir” à Matriz ou “descer” à Brigadeiro Sampaio para desfrutar de um espaço de lazer. Portanto, seja qual for, a Alfândega ou a Senador Florêncio, a praça de Carlos Cavaco ou de Mario Quintana, deve, antes de tudo, ser a praça dos porto alegrenses.

Também publicado em jornaldocentro.com.br